O economista João Duque avisa que, se não houver mesmo acordo no BPI, as sanções das instituições europeias podem ter “efeito destruidor enorme no valor” do banco.
Em declarações à Renascença, o professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) mostra-se preocupado, desde logo, com a possibilidade do regulador português impor alguma sanção.
Em causa está uma informação enviada a 10 de Abril à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que dava conta de um acordo entre Isabel dos Santos e os catalães do CaixaBank.
“O que me preocupa é saber se até o nosso regulador não vai impor alguma sanção pelo facto de a comunicação inicial não estar assim tão rigorosa, porque eu admitiria que um negócio quando é comunicado como aparentemente concluído agora já não se vai desfazer. Temos aqui uma consequência que é possível que o nosso regulador venha a avaliar e, eventualmente, até impor alguma sanção à sociedade”.
Outra questão, sublinha, “é se o negócio vai para a frente ou se desfaz todo”.
“Não se fazendo a Comissão Europeia vai impor sanções, o BCE vai impor sanções sérias e essas sanções eram anunciadas como sanções pecuniárias diárias e isto tem um efeito destruidor enorme no valor do BPI”, alerta João Duque.