A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, afirmou, esta terça-feira, que a reestruturação da Caixa Geral de Depósitos (CGD) está “consonante com a gestão de um banco” público e com o interesse nacional.
Na conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros extraordinário, em Sintra, a ministra reafirmou a confiança no compromisso da direcção da Caixa com o serviço público, argumentando que é uma “decisão consonante com a gestão de um banco com esta natureza, com o interesse nacional e com o interesse dos cidadãos”.
“Como é sabido a CGD é um banco público e o acesso ao sistema financeiro e ao sistema bancário é uma condição essencial de vida, diria, tão importante como aceder às telecomunicações”, disse ainda a ministra, referindo que o assunto não foi tratado em qualquer Conselho de Ministros.
As declarações da ministra acontecem um dia depois do coordenador da Comissão dos Trabalhadores da CGD ter revelado que o banco está a reavaliar a lista de agências a fechar.
Contestação local
A nível local a possibilidade da Caixa vir a encerrar balcões tem levado a forte contestação do poder político local, como são os casos de Almeida, no distrito da Guarda, Marvão, no Alto Alentejo, freguesia do Teixoso, na Covilhã, Santa Margarida, concelho de Constância, e Golegã, ambas no distrito de Santarém.
Fonte do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Caixa, citada pela Lusa, mostrou especial preocupação com o encerramento dos balcões das sedes de conselho, tendo adiantado também que está previsto o fecho do balcão das Lajes do Pico, nos Açores.
No quadro do processo de recapitalização da Caixa, a administração do banco público prevê encerrar cerca de 70 balcões até ao final do ano, chegando a 180, no final de 2020, uma medida que já mereceu críticas do PSD e que levantou dúvidas a PCP, Bloco de Esquerda e "Os Verdes".
Também o PS já veio reforçar o seu compromisso em defender o “serviço público” prestado pela Caixa.