A Conferência Episcopal Portuguesa pede um debate sobre eutanásia alargado a outros sectores da sociedade portuguesa. Considera que a discussão política é insuficiente.
Ouvido pela Renascença, o porta-voz da conferência episcopal, o padre Manuel Barbosa, lamenta a falta de diálogo que esclareça o país no dia em que foi aprovado no Parlamento o relatório sobre a petição que pede a despenalização da eutanásia.
“Se o debate fosse aberto a toda a sociedade civil… Não se notou até agora que tenha havido esse debate. Há organizações que têm feito esse trabalho no terreno, mas não vejo que tenha havido um debate alargado na sociedade sobre a questão. Se vai só ao Parlamento fica só no âmbito político”, disse.
O relatório sobre a petição que pede a despenalização da eutanásia foi aprovado por unanimidade, esta quarta-feira, na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
A petição, subscrita por mais de oito mil pessoas, vai, assim, a debate no plenário da Assembleia da República. Os deputados deverão ser chamados a tomar posição no início do próximo ano, tendo o Bloco de Esquerda (BE) e o PAN anunciado que apresentarão iniciativas próprias.
O relatório sobre a petição que pede a despenalização da morte assistida foi elaborado pelo deputado do BE José Manuel Pureza, culminado o trabalho de um grupo constituído por parlamentares de todos os partidos. Pureza foi elogiado por todos os grupos parlamentares.