O ministro da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura imediata de um inquérito aos indícios sugeridos por uma investigação jornalística sobre o discurso de ódio na PSP e na GNR.
Foi determinada "a abertura de inquérito, imediato, para apuramento da veracidade dos indícios contidos nas notícias de hoje sobre a alegada publicação, por agentes das forças de segurança, de mensagens nas redes sociais com conteúdo discriminatório, incitadoras de ódio e violência contra determinadas pessoas", revela nota enviada à redação.
Em comunicado, o ministro José Luís Carneiro considera que “estas alegadas mensagens, que incluem juízos ofensivos da honra ou consideração de determinadas pessoas, são de extrema gravidade e justificam o caráter prioritário do inquérito agora determinado à IGAI”.
Em causa está uma grande reportagem, dividida em dois episódios, transmitida pela SIC, da autoria da Rede de Jornalistas de Investigação, o primeiro consórcio português de jornalismo de investigação.
O trabalho jornalístico intitulado “Quando o ódio veste farda” dá conta de quase 600 polícias e militares da GNR que foram apanhados numa rede onde apelam à violência contra alegados criminosos, contra políticos, jornalistas e figuras públicas.
No trabalho são apresentados diversos casos de publicações como: "Procura-se 'sniper' com experiência em ministros e presidentes, políticos corruptos e gestores danosos", diz o texto sobre a imagem do cano de uma espingarda que um militar da GNR de Vendas Novas publicado no Facebook.
Segundo a mesma investigação, todos os agentes e militares da PSP e da GNR que escreveram estas frases nas redes sociais estão no ativo.