Ricardo Salgado, ex-administrador do Banco Espírito Santo (BES), vai ser ouvido em tribunal no âmbito da Operação Marquês.
No requerimento dirigido ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) o ano passado, o ex-presidente do BES considerou que se verificava "um justo impedimento para o exercício do direito de defesa, na vertente de requerer a abertura de instrução, na medida em que a sua defesa está impossibilitada em aceder em condições de segurança aos ficheiros das escutas telefónicas que lhe foram disponibilizados pelo próprio Ministério Público (MP)".
O ex-banqueiro reitera que "não praticou qualquer crime" e que nas 4.083 páginas da acusação da Operação Marquês só existem "suposições atrás de suposições e presunções sobre presunções".
Considerando também as limitações de recurso dos arguidos na fase de instrução, o arguido disse "não pretender sujeitar-se ao risco de se submeter a este cenário".
Em janeiro, no final da primeira sessão da fase de instrução, o advogado de Ricardo Salgado referiu aos jornalistas que havia "documentos jurídicos muito válidos de outros arguido que podem valer para todos". Na ocasião, questionado sobre o estado de espírito do ex-banqueiro, o seu advogado disse que "desde 2014, altura da queda do BES, o seu estado de espírito é de lutar pela sua convicção, pela sua inocência porque quiseram logo condená-lo".
Ricardo Salgado é acusado pelo Ministério Público de 21 crimes, entre corrupção ativa, corrupção ativa de titular de cargo político, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.
[Notícia atualizada às 16h51]