O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, considera que diminuir o valor a pagar por hora extraordinária, "com a concorrência daquilo que é pago aos prestadores, vai criar, naturalmente, problemas".
Para esta quinta-feira, está prevista a publicação de um decreto-lei que define o pagamento de horas-extra nas urgências hospitalares, cortando em 25 por cento o valor a pagar pelo trabalho suplementar dos médicos durante o dia, nas urgências de Lisboa, Porto e Coimbra. O articulado não altera, contudo ,o valor das horas extra dos clínicos que fazem noites, fins de semana e feriados.
"É uma medida meramentre paliativa", diz o dirigente do SIM à Renascença, antevendo que "continuará a incentivar os colegas a fazerem trabalho através de empresas de prestação de serviço".
" A medida não vai melhorar, mas piorar a situação", reforça Roque da Cunha.
O secretário-geral do SIM considera que os "valores exorbitantes" das horas-extra que se pagam se devem á falta de médicos no SNS: "As horas extra é algo que devia ser mesmo extraordinário. Mais uma vez, dada a falta de investimento na contratação de médicos, os valores são ferfeitamente exorbitantes. E não estão incluídos muitos milhões de horas que as administrações dos hospitais, de uma forma ínvia, consideram como bancos de horas e não são pagas."