Francisco já nos tinha surpreendido com a decisão – única na história dos jubileus – de não abrir a primeira porta santa na basílica de São Pedro, mas na catedral de Bangui.
E foi exactamente aqui, ao abrir esta porta santa, que o Papa proclamou Bangui, não a capital da violência e do ódio, nem a capital da miséria e do medo, dos milhares de refugiados e perseguidos, nem do milhão e meio de crianças desnutridas ou 10 mil meninos soldados, mas sim “a capital espiritual de oração e misericórdia, pois “nesta terra sofredora também se incluem todas as pessoas do mundo que estão a passar pela cruz da guerra”.
Pouco depois, na homilia da missa, Francisco fez um veemente apelo “a todos os que usam injustamente as armas deste mundo”, pedindo que deponham “estes instrumentos de morte” e optem pelas armas “da justiça, do amor e da misericórdia, autênticas garantias de paz”.
No final da missa, o Papa saiu para o adro e dialogou com milhares de jovens, pedindo-lhes coragem para resistir e lutar pela paz e pelo bem.
E com a mesma intensidade com que, desde manhã e num só dia, discursou aos políticos, visitou um campo de refugiados, encontrou os bispos, falou aos evangélicos, visitou um hospital pediátrico e celebrou na catedral, ainda arranjou tempo para confessar alguns jovens, já noite cerrada, violando o recolher obrigatório que vigora nesta cidade.