OE 2024. Há “razões para sorrir em janeiro. Resta saber se se manterá o sorriso”
30-10-2023 - 12:03
 • Cristina Nascimento

Economista João Duque explica que os contribuintes vão ter mais dinheiro disponível por via do aumento dos rendimentos, mas há que levar também em linha de conta os efeitos da inflação, adverte.

O economista João Duque acredita que os contribuintes "vão ter razões para sorrir em janeiro" de 2024, mas não toma por garantido que a satisfação dure até ao fim do ano.

Numa intervenção especial dedicada ao Orçamento do Estado para 2024, no programa "Três da Manhã", da Renascença, o economista recorda que há dúvidas sobre o qual será o comportamento da inflação que poderá amenizar o aumento de rendimentos.

"No início [do ano] nós vamos receber um bocadinho mais e por outro lado os preços não aumentam em degrau. Vamos ver ao longo do ano o que se passa com a inflação. Normalmente, as pessoas que trabalham por conta de outrém não têm aumentos de salários ao longo do ano, portanto aquilo que se ganha agora em janeiro, vamos ver se serve para o ano", explica.

Duque refere ainda que as mudanças previstas no IRS serão "muito" notadas e terão dois efeitos, um no aumento dos rendimentos brutos, com subidas de salários, reformas e apoios sociais, mas também com a diminuição da retenção no IRS.

O economista lembra que "a previsão para 2024 é que a inflação acabe por ficar nos 2,9%", portanto, "tudo o que sejam aumentos acima dos 2,9% podem compensar um bocadinho a perda da inflação, mas é preciso que as coisas corram exatamente assim", remata.