O economista João Duque acredita que os contribuintes "vão ter razões para sorrir em janeiro" de 2024, mas não toma por garantido que a satisfação dure até ao fim do ano.
Numa intervenção especial dedicada ao Orçamento do Estado para 2024, no programa "Três da Manhã", da Renascença, o economista recorda que há dúvidas sobre o qual será o comportamento da inflação que poderá amenizar o aumento de rendimentos.
"No início [do ano] nós vamos receber um bocadinho mais e por outro lado os preços não aumentam em degrau. Vamos ver ao longo do ano o que se passa com a inflação. Normalmente, as pessoas que trabalham por conta de outrém não têm aumentos de salários ao longo do ano, portanto aquilo que se ganha agora em janeiro, vamos ver se serve para o ano", explica.
Duque refere ainda que as mudanças previstas no IRS serão "muito" notadas e terão dois efeitos, um no aumento dos rendimentos brutos, com subidas de salários, reformas e apoios sociais, mas também com a diminuição da retenção no IRS.
O economista lembra que "a previsão para 2024 é que a inflação acabe por ficar nos 2,9%", portanto, "tudo o que sejam aumentos acima dos 2,9% podem compensar um bocadinho a perda da inflação, mas é preciso que as coisas corram exatamente assim", remata.