A francesa Annie Ernaux vence Nobel da Literatura “pela coragem e acuidade clínica com que descortina as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal”, justificou a academia sueca.
A academia revelou que ainda não conseguiu contactar Annie Ernaux, 82 anos, escritora e antiga professora. Entre as suas obras mais relevantes estão títulos como "O Acontecimento" ou "Os Anos", editados em Portugal pela editora "Livros do Brasil".
No entanto, a agora a laureada com o Nobel da Literatura já prestou declarações a um canal de televisão sueco. Segundo a agência de notícias France Press, Ernaux diz sentir-se "muito honrada" com a atribuição do prémio, acrescentando que é também uma "grande responsabilidade".
Nascida na Normandia, em 1940, é atualmente uma das vozes mais importantes da literatura francesa, destacando-se por uma escrita onde se fundem a autobiografia e a sociologia, a memória e a história de eventos recentes.
Já venceu, entre outros, o Prémio Marguerite Yourcenar e o Prémio Formentor de las Letras (em 2019).
Annie Ernaux é a 17ª mulher a receber o Nobel da Literatura.
O Nobel da Literatura é atribuído desde 1901. Em 2021, o escritor da Tanzânia Abdulrazak Gurnah foi o vencedor do Nobel da Literatura.
Este é o quarto prémio Nobel anunciado esta semana. Já foram conhecidos os vencedores do Nobel da Química, da Física e da Medicina. Na sexta-feira será conhecido o Nobel da Paz e, na segunda-feira, 10 de outubro, o da Economia.
Os vencedores recebem um diploma, uma medalha de ouro e uma quantia em dinheiro, que este ano será de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 919 mil euros).
Os prémios Nobel nasceram da vontade do cientista e industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896) em legar grande parte da sua fortuna a pessoas que trabalhem por "um mundo melhor".