VEJA TAMBÉM:
- Dossiê Abusos na Igreja. Quebrando o silêncio
- Vítima de abuso. “Estive 22 anos em silêncio. Sentia-me culpada, passei muitas noites a chorar”
- Quais são os casos públicos de abusos sexuais de menores na Igreja?
- Como os Papas lidaram com os abusos sexuais na Igreja
- Todas as notícias sobre Abusos na Igreja
O bispo de Angra enviou para o Movimento dos Romeiros de São Miguel 17 intenções de oração, que lembram a Igreja e a sociedade, para a Romaria Quaresmal 2023, que vai começar este sábado, dia 25 de fevereiro.
“Ao nosso bom Deus agradeço pelo dom dos nossos Romeiros e peço que as romarias Quaresmais encham de esperança o coração de cada um, reanime a sua vida familiar e profissional e traga gente renovada à vida das comunidades paroquiais a que pertencem”, escreveu D. Armando Esteves Domingues, nas intenções para os Romeiros, enviadas à Agência Ecclesia.
“Que o mundo onde vivemos se torne um lugar cheio de paz e justiça, onde dê cada vez mais gosto viver”, acrescentou.
O bispo da Diocese de Angra pediu ao Movimento dos Romeiros de São Miguel que reze por 17 intenções na Romaria Quaresmal 2023, que começa no dia 25 de fevereiro, e a primeira é “por todos os jovens da diocese”, seguida “por todas as vítimas dos abusos”, e, a oitava, é a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude em Portugal, a JMJ Lisboa 2023, de 1 a 6 de agosto.
Há uma semana, no dia 13, foi apresentado o relatório sobre abusos sexuais na Igreja Católica em Portugal, pedido pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que validou um total 512 testemunhos de abuso nas últimas décadas, com um “pico” entre as décadas de 60 e 90 do século passado.
Neste mesmo dia, D. Armando Esteves Domingues manifestou “profunda vergonha e dor”, afirmando “tolerância zero” da sua parte e da diocese neste campo, aos jornalistas, no Centro Pastoral Pio XII, em Ponta Delgada.
Nas intenções para a Romaria Quaresmal 2023, o bispo de Angra pede também aos romeiros que rezem “pelas famílias em dificuldade e lares desavindos”, “pelos pobres e desprezados”, pelos desempregados e por todos os que “têm salários insuficientes para sustentar dignamente a sua família”.
“Para que todos os jovens se sintam chamados a uma vocação, seja na família ou na vida consagrada”, é outra intenção de oração de D. Armando Esteves Domingues que pede orações “pela santidade dos sacerdotes, religiosas e religiosos”, pelos padres e leigos missionários, e “pela Diocese de Angra” e pela Igreja presente nas nove ilhas do Arquipélago dos Açores.
O responsável religioso pede também pelas autoridades, “para que zelem pelo bem comum”, não esquece os “velhinhos que vivem em família ou em lares de acolhimento”, nem as “crianças sem lar, sem família unida e sem pão”.
“Para que sejamos agradecidos pelo dom dos irmãos que Deus nos dá”, é a 17ª e última intenção pedida ao Movimento dos Romeiros de São Miguel, que também vão rezar “pelos Romeiros e todos os peregrinos das diversas devoções nos Açores”, entre outros pedidos de oração.
Os romeiros, organizados em 53 ranchos, têm por hábito recolher intenções e rezar por elas, durante a caminhada de uma semana, que fazem diariamente do nascer ao por do sol, a começar pelas do bispo, além das intenções pessoais e das que são “encomendadas” ao procurador das almas na passagem do rancho pelos diferentes lugares.
As romarias quaresmais vão terminar na Quinta-feira-santa, este ano dia 6 de abril, o dia em que recolhem os últimos ranchos coincidindo com a Missa da Ceia do Senhor, onde está instituído o rito do Lava-pés.
O Movimento de Romeiros de São Miguel está a comemorar ‘500 anos das Romarias Quaresmais’, neste ano pastoral 2022/2023, com um programa diversificado de celebração, formação, convívio e peregrinação, que começou no dia 1 de outubro.
Nas ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa também se vão realizar as Romarias Quaresmais, com três ranchos de homens que levarão as mesmas intenções; este ano também estão previstos “pelo menos três ranchos de mulheres, com pernoitas, mas durante menos tempo”, lê-se no portal ‘Igreja Açores’, da Diocese de Angra.
Se foi vítima de abuso ou conhece quem possa ter sido, não está sozinho e há vários organismos de apoio às vítimas a que pode recorrer:
- Serviço de Escuta dos Jesuítas , um “espaço seguro destinado a acolher, escutar e apoiar pessoas que possam ter sido vítimas de abusos sexuais nas instituições da Companhia de Jesus.
Telefone: 217 543 085 (2ª a 6ª, das 9h30 às 18h) | E-mail: escutar@jesuitas.pt | Morada: Estrada da Torre, 26, 1750-296 Lisboa
- Rede Care , projeto da APAV, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que “apoia crianças e jovens vítimas de violência sexual de forma especializada, bem como as suas famílias e amigos/as”.
Com presença em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Setúbal, Santarém, Algarve, Alentejo, Madeira e Açores.
Telefone: 22 550 29 57 | Linha gratuita de Apoio à Vítima: 116 006 | E-mail: care@apav.pt
- Comissões Diocesanas para a Protecção de Menores . São 21 e foram criadas pela Conferência Episcopal Portuguesa.
São constituídas por especialistas de várias áreas, recolhem denúncias e dão “orientações no campo da prevenção de abusos”.
Podem ser contactadas por telefone, correio ou email.
Para apoiar organizações católicas que trabalham com crianças:
- Projeto Cuidar , do CEPCEP, Centro de Estudos da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica
Se pretende partilhar o seu caso com a Renascença, pode contactar-nos de forma sigilosa, através do email: partilha@rr.pt