O Governo de Itália decidiu encerrar, temporariamente, todas as atividades produtivas, exceto as que são essenciais para os cidadãos, numa tentativa de conter a propagação do novo coronavírus, que já provocou mais de 4.800 mortes no país.
O primeiro-ministro italiano afirmou, numa conferência de imprensa transmitida em direto na rede social Facebook, que esta é uma “decisão difícil”, mas “necessária”, para “enfrentar a fase mais aguda” desta pandemia, que já fez de Itália o país com o maior número de mortos no mundo.
O Governo decidiu encerrar todas as “atividades de produção, em todo o território, que não sejam estritamente necessárias, cruciais e essenciais para garantir bens e serviços essenciais", referiu Giuseppe Conte.
A região italiana da Lombardia, a mais afetada pela pandemia da covid-19, endureceu hoje as medidas restritivas para conter o surto, decretando a proibição de fazer desporto e multas até 5.000 euros para reuniões em lugares públicos.
O decreto entra em vigor a partir de domingo e vigora até 15 de abril, explicou a região do Norte de Itália na sua página da Internet.
O documento suspende as atividades artesanais, dos escritórios públicos e empresas profissionais, bem como os mercados semanais, menos as relacionadas com serviços essenciais, urgentes ou de utilidade pública, impede a utilização das máquinas de venda automática e interrompe as obras em curso, exceto as hospitalares e rodoviárias.
Todas as unidades de alojamento serão igualmente encerradas e os clientes deverão abandoná-las nas primeiras 72 horas após o decreto entrar em vigor, ficando de fora apenas os alojamentos relacionados com a gestão de emergências.
De acordo com o novo decreto, os profissionais de saúde terão direito a acompanhamento clínico antes do início do respetivo turno de trabalho.
A região aconselha também a população a manter um metro de distância em todos os momentos, como em transportes públicos, supermercados, farmácias e hospitais, recomendando que se facilitem medidores de temperatura corporal.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 300 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 13 morreram e cerca de 95 mil recuperaram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.