A economia russa vai contrair-se 7,8% em 2022, previu esta terça-feira o Ministério da Economia, em resultado das sanções internacionais aplicadas à Federação Russa devido à invasão da Ucrânia pelas tropas do Kremlin.
As previsões ministeriais são melhores do que as avançadas pelo banco central russo, que apontou um intervalo entre oito e dez por cento para a contração económica no ano em curso.
Segundo as previsões económicas do Ministério para os próximos quatro anos, a economia deve contrair outros 0,7% em 2023, enquanto o banco espera uma descida mais forte, de 0,7%.
Estas previsões coincidem com a maior contração da economia russa -- 7,8% em 2009 -, desde que Vladimir Putin chegou ao poder, em 2000.
A economia russa já apresentou efeitos das sanções internacionais no primeiro trimestre, no qual o produto interno bruto (PIB) russo só cresceu 1,6%.
Os analistas económicos russos esperam que o ponto mais baixo da evolução do PIB ocorra no terceiro trimestre, sendo que a recuperação que se espera aconteça depois só se fará sentir na vida das pessoas no segundo semestre de 2023.
As previsões macroeconómicas para 2022 apontam para uma taxa de inflação de 17,5%, uma baixa dos investimentos de capital em 19,4%, uma queda do rendimento real em 6,8% e um aumento do desemprego para 6,7%.
O Ministério da Economia espera também que as exportações desçam 14%, o que no caso dos hidrocarbonetos deve ficar pelos oito por cento.
Ao antecipar um novo pacote de sanções, Putin classificou como "suicídio económico" a possível renúncia da União Europeia ao petróleo e gás russos.