O candidato a secretário-geral socialista José Luís Carneiro manifestou esta quinta-feira confiança de que os militantes perceberam que a sua candidatura é a melhor para derrotar a direita e considerou que António Costa é um "bom nome para qualquer função".
José Luís Carneiro fez estas afirmações em declarações aos jornalistas à chegada a um hotel no centro de Lisboa, onde é hoje apresentado um livro que reúne crónicas e intervenções públicas suas, intitulado "Ganhar o futuro", na sua última ação de campanha antes das eleições diretas no PS, que decorrem esta sexta-feira e sábado.
Tendo a seu lado a mulher e filhos, assim como o militante do PS e atual presidente do parlamento, Augusto Santos Silva, José Luís Carneiro disse estar confiante de que, durante a campanha para as eleições no PS, os militantes socialistas perceberam os méritos da sua candidatura quando comparada com a de Pedro Nuno Santos.
"Estou confiante de que os militantes do PS compreendem que há uma candidatura, um projeto, um perfil, que é capaz de evitar que a direita ganhe as eleições, e essa candidatura, sem falsas humildades, entendo que é a nossa candidatura", referiu.
Carneiro disse ter sentido por todo o país que a sua candidatura é a que "dá melhores garantias da vitória eleitoral" nas próximas legislativas de 10 de março e "dá continuidade às boas políticas de valorização das condições de vida das pessoas, de investir nos serviços do Estado essenciais e de salvaguarda" das liberdades.
Questionado se, caso vença as diretas, conta com Pedro Nuno Santos para candidato a deputado ou ministro, José Luís Carneiro respondeu que é "muito importante" não esquecer que ambos são "camaradas" e pertencem ao mesmo partido.
"Portanto, no dia 17 [dia a seguir às diretas], estaremos todos a trabalhar para ganhar as eleições", garantiu.
Já questionado se António Costa é um bom candidato à Europa, José Luís Carneiro disse que todos têm "um orgulho imenso" no contributo dado pelo atual primeiro-ministro "ao longo de uma vida", salientando várias medidas que implementou a nível nacional e que influenciou a nível europeu.
A nível europeu, Carneiro destacou em particular a contribuição de António Costa para o desenvolvimento do programa SURE, que financiou os "lay-offs" das empresas durante a pandemia de covid-19, ou do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
"Hoje, todos sabem que é uma voz ativa a defender instrumentos dessa natureza, para que nós sejamos capazes de enfrentar tempos difíceis que temos vindo a viver, por força das guerras que estamos a enfrentar, quer na Europa, quer no Médio Oriente", disse.
Para José Luís Carneiro, Costa "é uma voz audível, prestigiada e sobretudo com uma grande experiência política para dar um contributo, seja no país, seja na Europa e, sendo na Europa, também é no país certamente".
Questionado se considera que António Costa é um bom nome para ser presidente do Conselho Europeu, o candidato à liderança do PS respondeu: "É um bom nome para qualquer função, nacional ou internacional".
"Temos muito orgulho em tê-lo como secretário-geral, primeiro-ministro e, no futuro, para desempenhar as funções que ele entender serem adequadas à sua vontade e também ao serviço às instituições, sejam elas internacionais ou nacionais", referiu.
Nesta sessão, além de Augusto Santos Silva, marcou também presença a atual ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, os ex-governantes José António Vieira da Silva e Vera Jardim e o eurodeputado Carlos Zorrinho.
Durante a tarde, foram também revelados os primeiros nomes da lista da comissão de honra da candidatura de José Luís Carneiro, que junta cerca de 200 personalidades, e em que constam nomes como o do músico Fernando Tordo, do fotógrafo Alfredo Cunha ou da mulher do ex-presidente Ramalho Eanes, Manuela Eanes.