O número de mortos causado pelo mau tempo em Timor-Leste aumentou para 34, segundo um balanço ainda provisório divulgado pela Proteção Civil e citado pela agência Lusa. Deste total, 13 foram registados na capital (Díli) e 12 na zona de Manatuto.
Há ainda várias pessoas dadas como desaparecidas, pelo que o balanço final não está completo, adiantou a mesma fonte.
No caso de Díli, os dados preliminares referem que se registaram seis mortos em Comoro – uma das zonas mais afetadas devido à subida significativa do rio – três em Beduku, três em Hera, no limite oriental da cidade, e um em Bebora.
No resto do país, e além dos 12 mortos em Manaturo, registaram-se sete mortos em Ainaro, um em Baucau (Baguia) e outro em Aileu.
As cheias em vários pontos do país provocaram milhares de deslocados, com muitas casas destruídas, danos avultados em infraestruturas – com pontes e estradas destruídas.
Houve ainda danos significativos em várias escolas e outros edifícios públicos, com equipas no terreno a avaliar os estragos.
Só em Díli há já mais de 3.500 pessoas alojadas temporariamente em 11 locais, para onde estão a ser canalizadas ajudas públicas, mas também o apoio de muitas empresas e cidadãos privados, com uma extensa onda de solidariedade que continua a ampliar-se.
Estão em curso várias campanhas de recolha de fundos no exterior para adquirir produtos em Timor-Leste e distribuir pelas famílias mais afetadas.
Falta comida, água, outros bens essenciais e também material para que as pessoas possam começar a reconstruir as casas.
Muitos residentes portugueses em Díli, como noutros locais do país, estão envolvidos no apoio humanitário, participando voluntariamente a preparar alimentos quentes e a entrega de víveres em vários locais.
Nesta terça-feira, o Ministério da Agricultura vai fazer uma distribuição adicional de comida, a juntar-se aos esforços já em curso desde domingo por parte do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, de várias embaixadas, do Ministério da Solidariedade Social e ainda do Ministério da Administração Estatal.
O primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, acompanhado do vice-primeiro ministro, José Reis, e do ministro das Obras Públicas, Salvador Soares, visitaram nesta terça-feira vários locais em Díli, onde as infraestruturas foram significativamente afetadas.
Há danos graves em estradas, derrocadas de terra e lama em vários pontos da capital, a queda de diques de ribeiras e ainda muita água em várias zonas da cidade, incluindo edifícios públicos.
O serviço de eletricidade tem sido intermitente em vários locais e há zonas da cidade que estão há mais de 24 horas sem luz, apesar de um esforço significativo da Eletricidade de Timor-Leste (EDTL) para se recuperar progressivamente o serviço.
O lixo acumula-se por toda a cidade, apesar de já ter sido efetuada alguma limpeza, com montes de terra e lama em vários locais, incluindo a Ponte de Santa Ana, a estrada ao lado da Ribeira Halilaran, o Largo de Lecidere e a zona de Taibessi.
São considerados locais de intervenção urgente várias pontes, incluindo a que liga à zona do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) e as que cruzam a ribeira de Maloa, o Palácio Presidencial, e toda a zona ribeira do rio de Comoro, entre outros.
A Ribeira de Hudilaran, por exemplo, está praticamente tapada de terra, com danos na ponte do seminário menor de N.ª Senhora de Fátima, que está em risco de cair.