Israel lançou rajadas de artilharia no sul do Líbano este domingo, depois de o Hezbollah ter atacado três posições militares israelitas nas disputadas Fazendas de Shebaa.
Não houve relatos imediatos de vítimas. O fogo transfronteiriço ocorre um dia após um ataque surpresa de militantes do Hamas terem atacado Israel com rockets e invadido cidades israelitas, provocando a morte de pelo menos 300 israelitas, para além de 1.600 feridos.
Nos bombardeamentos de retaliação à Faixa de Gaza, morreram desde a manhã de sábado pelo menos 232 palestinianos e 1.700 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, enclave palestiniano controlado pelo Hamas desde 2007.
O Hezbollah, poderosa milícia armada apoiada pelo Irão, afirmou ter lançado foguetes guiados e fogo de artilharia "em solidariedade" com o povo palestiniano.
O Exército israelita disse esta manhã que disparou fogo de artilharia contra uma área do Líbano de onde foi lançado fogo de morteiro transfronteiriço. "A artilharia das IDF (Forças de Defesa de Israel) está neste momento a atacar a área no Líbano de onde foi realizado o disparo."
Um de drones do Exército israelita atingiu um posto do Hezbollah na área de Har Dov, região em Shebaa, adiantaram as IDF.
Israel mantém o controlo sobre as Fazendas de Shebaa, uma área de 39 quilómetros quadrados, desde 1967. Síria e Líbano reivindicam o território como libanês.
A missão de paz da ONU no sul do Líbano não respondeu a pedidos de comentário da Reuters. No sábado, tinha indicado que reforçou a sua presença no sul do Líbano após os acontecimentos em Israel e Gaza, incluindo operações para travar o lançamento de foguetes.
O Hezbollah, que efetivamente controla o sul do Líbano, disse no sábado que estava em "contacto direto" com líderes de grupos de "resistência" palestinianos e que via os ataques do Hamas a Israel como uma "resposta decisiva à contínua ocupação de Israel e uma mensagem para aqueles que procuram a normalização com Israel".
Número de vítimas deverá aumentar
O número de vítimas mortais deverá aumentar nas próximas horas, dada a gravidade de alguns feridos, indicam fontes israelitas.
Entretanto, o Ministério da Saúde em Gaza acusou as forças israelitas de atacarem deliberadamente pessoal médico e hospitais, matando três profissionais de saúde, ferindo outros três e destruindo cinco ambulâncias.
Fontes palestinianas referiram que pelo menos cinco edifícios foram destruídos em Gaza pelos bombardeamentos israelitas e que os hospitais estão em estado de emergência.
Milhares de civis de cidades no norte da Faixa de Gaza, como Beit Hanoun, Jabalia ou Beit Lahia, foram retirados e fugiram para a Cidade de Gaza, para serem alojados em escolas geridas pela agência das Nações Unidas para refugiados palestinianos devido aos duros confrontos.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou no sábado que o Exército israelita vai utilizar “toda a sua potência” para “destruir as capacidades” do movimento islâmico palestiniano Hamas e pediu à população para abandonar a Faixa de Gaza.
No decurso de uma mensagem ao país transmitida pela televisão, após ter ocupado todo o dia em reuniões com responsáveis pela segurança, Netanyahu prometeu “reduzir a escombros” todos os esconderijos do Hamas no enclave palestiniano de dois milhões de habitantes e admitiu que a guerra vai “demorar tempo”.
O primeiro-ministro israelita ameaçou ainda com pesadas consequências caso os reféns israelitas detidos pelo Hamas sejam molestados “num único cabelo”.
“Vamos derrotá-los até à morte e vingar este dia negro”, disse.
O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está “em guerra” com o Hamas.
Para as 19h (hora de Lisboa) está marcado o arranque da reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir "a situação no Médio Oriente, incluindo a questão palestiniana", como indicado pelas Nações Unidas em comunicado no sábado.