As Nações Unidas pediram mais de 75 milhões de dólares de financiamento de emergência para fazer face à crise alimentar no Sudão.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) “faz soar o alarme sobre a escalada da crise alimentar no Sudão, apelando a uma ação imediata e coletiva para evitar uma catástrofe humanitária iminente”, num comunidado de imprensa.
De acordo com as projeções, 17,7 milhões de pessoas, ou 37% da população vão enfrentar um elevado nível de insegurança alimentar entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024.
Isto representa quase 4,9 milhões de pessoas no nível 4 da Classificação Integrada de Fase (IPC) das Nações Unidas, que vai até ao nível 5, e quase 12,8 milhões no nível 3.
“A urgência é clara e o nosso empenhamento inabalável, mas o futuro exige mais financiamento para que possamos continuar o nosso apoio vital”, comentou Hongjie Yang, representante da agência da ONU no Sudão.
Mais de 12.000 pessoas foram mortas nos últimos meses do conflito, de acordo com uma estimativa conservadora do Projeto de Dados sobre Conflitos Armados e Eventos, enquanto as Nações Unidas afirmam que cerca de 6,8 milhões de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas.
“O conflito e a escalada da violência estão a aprofundar a crise humanitária e a deteriorar a segurança alimentar da população em várias zonas urbanas, semiurbanas e rurais”, declarou a FAO em comunicado, referindo que as regiões mais afetadas são Darfur, Cordofão e Cartum.
Desde abril, as forças leais ao chefe do exército, Abdel Fattah al-Burhane, estão em guerra com as Forças de Apoio Rápido (paramilitares) comandadas pelo seu antigo adjunto, Mohamed Hamdan Daglo.
Mais de um milhão de famílias de agricultores (ou seja, cinco milhões de pessoas) receberam ajuda da FAO, entre junho e setembro de 2023, através da distribuição de sementes, de acordo com o comunicado.