A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) conseguiu lucros de 30,1 milhões de euros em 2017, que comparam com os prejuízos de 86,5 milhões de euros no ano anterior.
Os resultados do banco do grupo Montepio foram anunciados esta quinta-feira ao mercado, em comunicado.
Os resultados positivos do Montepio em 2017 seguem-se a quatro anos consecutivos de prejuízos superiores a 800 milhões de euros, em termos acumulados.
A entidade financeira do grupo Montepio diz que o resultado de 2017 se justifica pelas "evoluções favoráveis do produto bancário, ao beneficiar da recuperação do negócio 'core' [principal], dos custos operacionais e das imparidades".
A margem financeira subiu 4,3% em termos homólogos para 263,9 milhões de euros, devido à redução dos custos de financiamento, nomeadamente dos depósitos a prazo e da dívida emitida, e as comissões aumentaram 15,3% para 117 milhões de euros.
Os resultados com operações financeiras quase duplicaram, face a 2016, para 72,8 milhões de euros, o que o banco atribui a "ganhos obtidos com a alienação de títulos".
Já o produto bancário melhorou 36% para 505,2 milhões de euros.
Quanto a despesas, os custos operacionais desceram 5,5%, para 268,3 milhões de euros, com a redução dos trabalhadores e renegociação de contratos com fornecedores. Também os custos com pessoal caíram 5,5% para 156,4 milhões de euros.
O presidente da CEMG disse esta quinta-feira que o banco não tem problemas de capital e que irá emitir este ano entre 200 e 250 milhões de euros de dívida para cumprir orientações europeias.
"O que a Caixa [Económica] tem previsto é, na sequência de recomendações da Autoridade Bancária Europeia [EBA] e como outros bancos já fizeram, a colocação de obrigações subordinadas", afirmou Félix Morgado, à agência Lusa.
O gestor estimou entre "200 a 250 milhões de euros" o montante de dívida que o banco Montepio irá emitir este ano, referindo que este servirá para cumprir a recomendação da EBA, que obriga os bancos a terem várias qualidades de capital, e ainda para substituir parcialmente uma emissão de dívida que vence no segundo trimestre.
O banco decidirá, até março, sobre a mudança da sua marca, nomeadamente quanto ao nome que usa junto dos clientes para evitar confusões entre produtos do banco e da mutualista, sublinhou Félix Morgado.