A Sé de Braga encheu-se esta sexta-feira de amigos que foram despedir-se do padre João Aguiar Campos, ex-presidente do conselho de gerência do Grupo Renascença Multimédia, que morreu na quinta-feira.
Estiveram presentes a família e os amigos: os amigos da terra, os amigos da Igreja, os amigos da rádio e do jornal. Os amigos que só o conheceram nas reflexões escritas ou faladas. Todos para dizerem "até ao depois do depois", como sublinhou, na homília, D. José Cordeiro.
O arcebispo de Braga realçou que o cónego João Aguiar Campos "sentia-se um fazedor de vitrais" e agradeceu "porque a Primavera se agradece a quem a traz".
D. José Cordeiro recordou que o antigo presidente da Renascença definia esperança como "onde começa o abecedário".
Foi ainda muito jovem que o seminarista João conheceu um dos seus melhores amigos, José Manuel Costa Ferreira, que, à Renascença, lembra "um rapaz sempre muito aberto, muito sorridente, muito solidário".
"Já era notório uma certa propensão para o improviso, um humor sarcástico, mas muito fino, que desarmava uma conversa", conta.
Uma amizade "leal" que também foi testemunhada por D. Pio Alves. À Renascença, o bispo auxiliar do Porto aponta que o padre João Aguiar Campos "falava sem esquecer as suas raízes e, ao mesmo tempo, a devotar-se a todas as circunstâncias e pessoas".
D. Américo Aguiar, presidente do Grupo Renascença, explica que o padre João, como gostava de ser tratado, falava no mundo da comunicação religiosa "com uma mestria exemplar, capaz de chegar a todos".
"Lealdade e frontalidade"
Fernando Magalhães Crespo, presidente emérito do Conselho de Gerência da Renascença, recorda 31 anos de convívio amizade com o padre João Aguiar como sempre foi tratado na empresa.
“Era um homem dedicado à vocação e à profissão de jornalista, destacando-se pela lealdade e frontalidade, marcas que definiram sempre o nosso relacionamento”, diz Magalhães Crespo.
O antigo administrador da Emissora Católica lembra que “por várias vezes João Aguiar foi chamado a funções de direção e chefia, algumas em momentos difíceis que até o obrigaram a radicar-se em diferentes locais: Braga, Porto e Lisboa”.
Para Magalhães Crespo, este momento é também de perda de um amigo.