Chegou ao nosso país no último fim de semana e foi esta quarta-feira apresentada publicamente. A aeronave KC 390 é a primeira com componentes produzidos por empresas nacionais.
“Estão aqui 650 mil horas de trabalho de engenharia portuguesa”, afirmou o primeiro ministro António Costa, a quem coube mostrar o primeiro exemplo de cinco que vão dotar a Força Aérea de novos aparelhos que vão substituir os velhos Hercules C-130.
“A capacitação de um conjunto de empresas nacionais e das OGMA (industria aeronáutica de Portugal) são da maior importância para um cluster aeronáutico. É a primeira vez que a industria portuguesa produz cá componentes essenciais de uma aeronave e isto significou robustecer essa mesma industria”, garantiu António Costa.
As aeronaves foram compradas à brasileira Embraer,
por um valor de 827 milhões de euros, e o primeiro ministro diz que vão ajudar a projetar a influência de Portugal no setor da defesa.
“As forças armadas desempenham funções insubstituíveis, na garantia da soberania nacional, integridade territorial e proteção do país. É graças a elas e às múltiplas missões das forças destacadas que Portugal tem afirmado no mundo relevância internacional honrando compromissos e ajudando as forças armadas a projetar a capacidade de influência do nosso país”.
O negócio incluiu a aquisição de um simulador de voo e a manutenção e sustentação logística das aeronaves, assim como a compra de equipamentos de guerra eletrónica isto de acordo com a resolução do Conselho de Ministros de 2019.
Durante a cerimonia António Costa sublinhou o reforço no orçamento da Defesa e a importância dessa aposta nos próximos anos.
“Decidimos reforçar o orçamento da defesa em 8,3 por cento relativamente ao que estava previsto executar em 2022. Incide sobre despesas de capital, reforçando a nossa capacidade de equipar as forças armadas para as novas realidades das missões na ciberdefesa e equipamento do três ramos”.
Descreveu este como um dia importante para a força aérea e Portugal.
“Hoje é um dia importante para a força aérea, Portugal e forças armadas. Não podemos perder o foco. sabemos que os recursos do país não são ilimitados e as necessidades são múltiplas, mas para a sua subsistência, independência, integridade e projecção à escala global o investimento nas forças aramadas tem de ter posição central nos próximos anos”, acrescentou o governante.
O avião de carga e transporte será entregue à Força Aérea Portuguesa (FAP) em fevereiro de 2023, seguindo-se mais um por cada ano até fevereiro de 2027, no âmbito dos contratos.
Até março do próximo ano, será feita no país "a integração dos equipamentos NATO e certificados pela Autoridade Aeronáutica Nacional", segundo informação divulgada pela Força Aérea.
Portugal é o primeiro país europeu a adquirir os KC 390 com componentes fabricados no Parque da Indústria Aeronáutica de Évora.