Bruxelas anuncia 45 mil milhões para América Latina e Caraíbas
17-07-2023 - 12:05
 • Hugo Monteiro , Isabel Pacheco com Lusa

Cimeira da UE com Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos marcada pelo regresso do Brasil.

A Comissão Europeia anunciou, esta segunda-feira, um investimento de 45 mil milhões de euros na América Latina e Caraíbas. A verba terá como destino mais de uma centena de projetos como a expansão das telecomunicações e a reflorestação da Amazónia.

O anúncio foi feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen no dia em que mais de 50 líderes da União Europeia, América Latina e Caraíbas se reúnem em Bruxelas.

Durante o fórum empresarial entre a UE e os países da América Latina e Caraíbas, que antecede a cimeira que decorre até terça-feira, Ursula Von der Leyen saudou regresso do Brasil, sob a Presidência de Lula da Silva, como “um ator importante no cenário global”.

A líder da Comissão Europeia lembrou que, em tempos de incerteza, são precisos os “amigos mais próximos ao nosso lado”, referindo-se ao regresso “oportuno” do Brasil. “Já deu um impulso positivo à parceria estratégica entre as duas nossas regiões”, sublinhou.

Já o presidente brasileiro, Lula da Silva classificou como “extremamente positivo” o regresso às relações diplomáticas com a União Europeia, após seis anos de afastamento sob a presidência de Jair Bolsonaro.

Lula da Silva espera acordo com Mercosul este ano


O Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse esta segunda-feira esperar que a União Europeia (UE) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul) finalizem este ano o acordo comercial.

“Um acordo entre Mercosul e União Europeia equilibrado, que pretendemos concluir ainda este ano, abrirá novos horizontes", sublinhou Lula da Silva, durante o Fórum empresarial entre a UE e os países da América Latina e Caraíbas, em Bruxelas.

Um protocolo, ressalvou, "que preserve a capacidade das partes de responder aos desafios presentes e futuros".

O Chefe de Estado brasileiro acredita que este é o momento certo para o seu país intensificar as relações comerciais com o mundo e para dar um sinal de compromisso no combate aos desafios do planeta.

“Temos uma atividade económica intensa nos dias de hoje. Queremos compartilhar essa intensidade da atividade económica com os nossos parceiros da EU, do Mercosul, da América Latina e do Caribe”, anunciou. “Mais importante, ainda, queremos aprofundar com a União Europeia a questão climática”, sublinhou.

Bruxelas acolhe até terça-feira a primeira cimeira em oito anos da UE com os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que contará com mais de 50 líderes, entre os quais Lula da Silva e o primeiro-ministro português, António Costa.

A atual a presidência espanhola da UE espera que a cimeira seja um ponto de partida para desenvolvimentos na conclusão do acordo UE-Mercosul - formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, que abrange 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.

No entanto, ainda não é certo que a referência ao acordo da EU- Mercosul conste da declaração final da cimeira por haver países que no bloco comunitário (como França e Áustria) contestam essa menção por razões comerciais e ambientais.