O Cardeal Patriarca de Lisboa lembrou, esta quinta-feira, que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um evento único e não comparável a nada do que já foi feito em Portugal.
À margem de uma cerimónia no âmbito dos 55 anos da Universidade Católica Portuguesa, questionado pelos jornalistas, D. Manuel Clemente escusou-se a comentar a polémica em torno dos valores que envolvem a realização da JMJ de Lisboa, preferindo sublinhar a sua importância. “O evento é muito grande, é uma coisa que nunca se fez em Portugal e, por isso, temos dificuldade em referir-nos a outros eventos e fazer comparações”, afirmou, lembrando que nunca se fez “uma coisa deste tamanho, desta dimensão” em Portugal.
“Agora, tudo quanto se puder fazer para ficar mais económico, [deve sê-lo] desde que seja correto e capaz e que fique depois também ao serviço da população, e essa preocupação sempre houve, de que aquilo fique ao dispor da população”, disse o Cardeal, enfatizando ser necessário tudo “ficar capaz, ficar correto, não ter que se emendar depois, que seja sóbrio, seja consistente e seja económico”.
Questionado se também ele foi surpreendido com os custos do altar do Parque Tejo, o Cardeal Patriarca disse que só poderia pronunciar-se “com exatidão se soubesse o que é que é preciso para que naquele sítio, com aquele tipo de chão, se possa fazer uma coisa correta e que dure, porque isso é o mais económico: uma coisa que não se estrague, que fique para utilização da população”.
“Mas eu, esses dados não tenho. São os técnicos que os têm”, acrescentou, reforçando, também a propósito do altar previsto para o Parque Eduardo VI: “tudo quanto se possa reduzir, desde que se cumpram os objetivos de fazer algo digno, que dignifique a cidade e também seja bom para a imagem de Portugal é bom”.
Declarações proferidas no dia em que a Câmara de Lisboa e a Fundação JMJ Lisboa 2023 reuniram na autarquia da capital, na sequência da polémica com os custos da Jornada Mundial da Juventude. Um comunicado conjunto deu nota de que o encontro "decorreu num ambiente muito positivo, construtivo e de grande disponibilidade de todas as partes presentes na procura de soluções alternativas para o grande desafio que representa a organização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023”.
“Este foi mais um encontro de trabalho, na sequência de muitos outros, que têm decorrido desde o final da passada semana”, refere o documento, acrescentando que “as equipas técnicas vão continuar a trabalhar de forma empenhada para que no mais curto espaço de tempo seja possível apresentar novas soluções na sequência dos apelos” do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e do bispo auxiliar de Lisboa, Américo Aguiar.
A JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude. O Papa Francisco estará em Lisboa para participar na JMJ.