Apesar da votação de André Ventura nas eleições presidenciais de domingo, Paulo Rangel considera que o Chega é um “fenómeno transitório” e que “são votos de protesto que se concentram essencialmente em eleitores que habitualmente ficavam na abstenção ou são votos que vêm de todos os partidos” defende o eurodeputado social democrata no programa Casa Comum.
Na leitura aos resultados das eleições presidências que deram a vitória a Marcelo Rebelo de Sousa, Paulo Rangel diz que “o grande vencedor foi o candidato do PSD” e que o primeiro grande derrotado foi o partido socialista “que foi incapaz de apresentar um candidato, como já não apresentou nas últimas. Estamos por isso há 20 anos sem uma personalidade do PS na presidência da república” conclui o social democrata.
No programa Casa Comum, o socialista José Luís Carneiro preferiu sublinhar “os cerca de 90 por cento de eleitores que votaram nos candidatos que defendem os valores constitucionais” considerando que, apesar de não ter candidato próprio, os socialistas “foram essenciais para a vitória dos valores democráticos”.
Os socialistas esperam que no segundo mandato o presidente da república continue a garantir “um valor fundamental que é a estabilidade política tendo em conta o período em que vivemos de pandemia” conclui José Luís Carneiro que espera continuar a contar com a “boa cooperação institucional que tem existido até aqui”.
Já Paulo Rangel espera um presidente diferente do primeiro mandato. O eurodeputado social democrata lembra que é uma tradição em Portugal. “Aconteceu com todos os presidentes, exceção para Ramalho Eanes, e vai acontecer também com Marcelo Rebelo de Sousa” refere Paulo Rangel.
Respondendo ao secretário geral adjunto do PS que evocou a estabilidade política, Rangel diz que “a estabilidade é um meio para atingir valores, porque se a estabilidade for podre mais vale mudar” considerando, no entanto, que no momento critico em que vivemos seja necessário preservar alguma estabilidade.
“Está criada a suspeita de um tráfico de vacinas”
No programa Casa Comum, um dos temas europeus abordado foi a polémica que envolve a farmacêutica AstraZeneca a e comissão europeia, porque a empresa já avisou que não vai cumprir o contrato para a entrega das vacinas. O eurodeputado Paulo Rangel diz que a atitude da AstraZeneca deixou que se criasse a suspeita de um tráfico de vacinas e considera este um caso muito grave. “A reação da AstraZeneca não é transparente, não há explicação clara e por isso lançou-se a suspeita que podia haver aqui um tráfico de vacinas, isto é, vender a outras entidades, o que seria extraordinário porque a comissão investiu milhões de euros na produção das vacinas”.
José Luís Carneiro considera este um caso preocupante até porque “é essencial que todos os europeus sejam vacinados ao mesmo tempo para que seja criada a imunidade de grupo” refere o secretario geral adjunto do partido socialista.