Chegou com um ramo de flores nas mãos e ofereceu-o a Maria. Concentrado e introspetivo, fixou os olhos na bela Imagem de pedra branca, colocada numa gruta, semelhante à da Imaculada Conceição na gruta de Lourdes. Em tempos de pandemia, foi a primeira vez que o Papa presidiu a uma celebração na presença de fiéis, ainda que em número reduzido e ao ar livre.
Um grupo de homens e mulheres de várias idades e profissões, marcados pelos efeitos do Covid-19, rezaram o terço, com o Papa, sentado sozinho numa simples cadeira, desfiando simplesmente as contas pretas do seu rosário.
No final do terço, Francisco repetiu a longa oração que tinha proposto aos fiéis para se rezar durante todo este mês de maio, como um abraço atento e realista “na dramática situação atual, carregada de sofrimentos e angústias que oprimem o mundo inteiro”.
À semelhança do que já tinha acontecido naquela famosa tarde de 27 março, na Praça de São Pedro, também agora, nos jardins do Vaticano, o Papa parecia vergado pelas dores da humanidade. Mas sozinho, na realidade, nunca esteve, pois mais de cinquenta santuários espalhados pelo mundo e respetivos fiéis, associaram-se ao Sucessor de Pedro nesta oração de entrega da humanidade à proteção de Maria, numa misteriosa companhia que, na sua diversidade, é sinal de uma mesma certeza: “Temos Mãe”.