Os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica só suspendem o protesto que têm em curso se houver um compromisso escrito por parte do Governo. Os profissionais querem que seja reconhecida a especialidade e que o pagamento dos serviços especializados seja valorizado.
“Precisamos de ver materializado um compromisso para avaliar a hipótese de suspensão do protesto”, afirma Bruno Reis, porta-voz do movimento que representa os enfermeiros especialistas.
A Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem reúne esta segunda-feira com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.
“Esperamos que desta reunião possa sair um memorando óbvio e claro, em que os enfermeiros possam ter a sua categoria numa carreira e sejam reconhecidos quer na categoria, quer na valorização salarial”, reforça.
A greve dos enfermeiros especialistas já levou a constrangimentos nos blocos de parto e na assistência a grávidas. mas “em nenhuma das situações houve dano, dolo ou lesão para qualquer cidadão”, garante Bruno Reis.
A Procuradoria-Geral da República emitiu um parecer, divulgado no dia 20 de Julho, onde diz que “a recusa de prestação de serviço dos enfermeiros com título de especialista não é enquadrável numa greve”, embora reconheça que os profissionais têm legitimidade para defender os seus interesses.
Se mantiverem a paralisação, os enfermeiros podem vir a ser responsabilizados civil e disciplinarmente, e incorrer em faltas injustificadas.
Para o porta-voz dos enfermeiros especialistas, o parecer da Procuradoria-Geral da República “não é suficiente para fazer uma suspensão” do protesto.