Os advogados de José Sócrates reafirmam críticas às “sucessivas violações do segredo de justiça” do processo conhecido como “operação Marquês”.
Em comunicado enviado à Renascença, João Araújo e Pedro Delile criticam, nomeadamente a notícia do “Correio da Manhã a propósito de depoimento testemunhal que foi prestado pelo banqueiro José Maria Ricciardi”.
Dizem os defensores de Sócrates que esta é uma “notícia falsa sobre o conteúdo de peças processuais ainda não acessíveis à defesa, publicada apenas para ficcionar fundamentos para as teses e especulações absurdas e sem qualquer justificação séria da investigação, e para manter viva a campanha de calúnias contra o nosso constituinte”.
Os advogados do ex-primeiro-ministro vão mais longe e consideram que essa campanha de calúnias “tem sido escandalosamente permitida, senão mesmo promovida, pelos responsáveis por este processo”.
João Araújo e Pedro Delile reafirmam que “o Ministério Público” “deveria” arquivar o inquérito.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) não fixou qualquer data para a conclusão do inquérito e emissão de despacho final da Operação Marquês, tendo apenas sido prorrogado o prazo.
O esclarecimento da PGR surgiu após Joana Marques Vidal ter anunciado, num comunicado, que decidiu prolongar o prazo de investigação da ‘Operação Marquês’ a pedido dos procuradores do processo, que solicitaram um prolongamento até final de Junho.
Os procuradores da ‘Operação Marquês’ justificam o adiamento da conclusão do inquérito com a necessidade de aprofundar a investigação ligada à PT, realizar novas diligências e com atrasos de Angola e Suíça na resposta a cartas rogatórias, segundo a nota divulgada na sexta-feira pela PGR.
Os procuradores fundamentam ainda o pedido com a insuficiência dos relatórios de análise de prova, apresentados pelo órgão de polícia criminal, em relação a alguns segmentos, adiantando que o Ministério Público precisa de realizar pesquisas na totalidade do acervo de prova.
A ‘Operação Marquês’, que investiga crimes de corrupção, branqueamento de capitais, fraude fiscal, recebimento indevido de vantagem, falsificação e tráfico de influência, foi tornada pública pelo Ministério Público em Novembro de 2014 e conta agora com 28 arguidos, dos quais nove empresas.