O
Governo anunciou um pacote de mais três mil milhões de euros para as empresas
afetadas pelo impacto do surto de coronavírus. O anúncio foi feito esta
quarta-feira de manhã numa conferência de imprensa conjunta do ministro das
Finanças, Mário Centeno, e do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
“A hora é de conter a pandemia, mas é também de manter a nossa economia a funcionar, manter o emprego e garantir a liquidez das empresas”, disse Mário Centeno.
O ministro da Economia, Siza Vieira, detalhou depois o destino deste novo pacote de linhas de crédito no valor três mil milhões de euros. Os setores abrangidos será a restauração, turismo e indústria. O Governo prevê que parte destas verbas se destinem especificamente a micro e pequenas empresas.
Linhas de crédito
- Restauração e similares: linha de crédito de 600 milhões de euros, dos quais 270 milhões são destinados às micro e pequenas empresas;
- Agências de viagens, organização de eventos, animação e similares: linha de crédito de 200 milhões, dos quais 75 milhões são destinados às micro e pequenas empresas;
- Alojamentos e empreedimentos turísticos: 900 mil milhões de euros, com 400 milhões destinados a micro e pequenas empresas;
- Têxtil: linha de crédito de 1300 milhões de euros, 400 milhões dos quais destinados a micro e pequenas empresas.
A concessão deste crédito terá um período de carência até ao final do ano e pode ser amortizado em quatro anos, adiantaram os ministros
Aumento de liquidez em mais de nove mil milhões de euros
Mário Centeno referiu que as medidas decididas para apoiar as empresas e proteger o emprego resultam de "uma resposta política coordenada de todo o governo - é um momento de pensar em iniciativas para conter a doença e acudir à liquidez das empresas, em particular das pequenas e médias empresas (PME), e às famílias que já hoje sentem impacto das medidas adotadas".
Segundo as contas de Centeno, as medidas anunciadas vão aumentar a liquidez das empresas em 9.200 milhões de euros.
O Governo anunciou ainda que está a preparar legislação de forma a permitir que as empresas tenham mais tempo para pagar as suas dívidas junto da banca.
De acordo com Centeno está a ser trabalhada uma moratória de capital e juros para as empresas, uma ferramenta que está a ser trabalhada entre o Banco de Portugal e o sistema bancário, nomeadamente com a Associação Portuguesa de Bancos (APB).
Pagamentos bancários sem contacto
O ministro das Finanças apelou ainda a que se reduzisse ao mínimo os pagamentos em numerário, anunciando que vai subir o valor limite para os pagamentos "contactless" para 30 euros.