A eurodeputada social democrata Lídia Pereira, presidente da Juventude do Partido Popular Europeu, espera que a reunião de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, desta quarta-feira, entre outras coisas, avance para uma clarificação das sanções à Bielorrússia. Mas a eurodeputada portuguesa também aguarda uma palavra da União Europeia para com a oposição.
“Pode haver uma declaração conjunta que peça uma repetição das eleições com observadores internacionais, e pode haver uma discussão sobre as sanções, mas também considera que era necessário haver uma palavra para a oposição”, esclareceu.
Lídia Pereira tem liderado um movimento de apoio à Bielorrússia, promovendo uma declaração já assinada por 50 jovens parlamentares de toda a Europa
A eurodeputada lamenta que o país continue a ser uma ditadura na Europa e mostra-se preocupada com as imagens que chegam daqueles país esta manhã. A eurodeputada defende que podem ser aplicadas à Bielorrússia de vários tipos de sanções, sobretudo a nível tecnológico.
"As sanções que existem são sobretudo a exportação de armas, mas como a Bielorrússia apostou em empresas tecnologias em muitas empresas europeias, há várias que beneficiam do conhecimento bielorrusso e que lá instalaram os backoffice", específica.
A eurodeputada defende sanções cirúrgicas para que o país como um todo não sofra demasiado com a tensão política que se vive no país.
Líder da oposição pede à UE que rejeite resultados
A líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya, pediu hoje aos europeus que rejeitem os resultados da eleição presidencial "fraudulenta".
"Peço que não reconheçam estas eleições fraudulentas. Lukashenko perdeu toda a legitimidade aos olhos de nossa nação e do mundo", disse Tikhanovskaya em inglês num vídeo enviado ao Conselho da Europa e publicado no YouTube.
"As eleições de 9 de agosto não foram justas nem transparentes. Os resultados foram falsificados. As pessoas, que foram defender os seus votos nas ruas das suas cidades por toda a Bielorrússia, foram brutalmente espancadas, presas e torturadas pelo regime que se apega desesperadamente ao poder”, continuou.
Refugiada desde 11 de agosto na Lituânia, Svetlana Tikhanovskaya, cujo marido foi preso após candidatar-se às eleições presidenciais, referiu-se também no vídeo à formação pela oposição de um "Conselho de Transição" que pretende "facilitar a transição pacífica do poder através do diálogo".
“Ele vai pedir imediatamente novas eleições presidenciais justas e democráticas sob supervisão internacional", disse Svetlana Tikhanovskaya.