Em declarações aos jornalistas, no final do 23.º Congresso do PS, que terminou hoje em Portimão, Pedro Melo disse ter ouvido um discurso "profundamente marcado pela propaganda política".
"O secretário-geral do PS apresenta-nos uma visão do país que não tem adesão na verdade à realidade", declarou, considerando que os socialistas defendem que "nos últimos 25, 30 anos tudo aquilo que correu bem no país é fruto do trabalho do PS, quando na realidade é fruto da resiliência e da perseverança das famílias e das empresas".
O dirigente centrista apontou para "graves problemas" que o país atravessa destacando, a título de exemplo, "o 20% de portugueses, quase dois milhões de portugueses, que vivem abaixo do limiar de pobreza" e lamentando os "baixos salários" da classe média ou os valores também baixos das pensões.
"O custo de vida é muito elevado, os impostos asfixiam as empresas e as famílias", aditou.
"E portanto, esta apresentação aqui feita do país, na lógica de que no passado o que correu bem é PS e agora vamos resolver tudo o que está mal para o futuro, um governo que já cá está há seis anos, no fundo só se pode entender como um discurso que é marcado pela propaganda política e também por grande retórica".
Questionado sobre se António Costa está para ficar "de pedra e cal", quer no PS quer no Governo, Pedro Melo recusou comentar assuntos da vida interna do PS. Quanto ao Governo, o dirigente disse que lhe parece que o primeiro-ministro ficará, "pelo menos até 2023".