SIRESP falhou no incêndio de Alijó
16-07-2017 - 20:13

"Há muita gente no terreno e nem sempre se consegue falar”, disse à Renascença o autarca Carlos Magalhães. Protecção Civil confirma falhas no SIRESP

O serviço de comunicações de emergência voltou a falhar no incêndio que deflagrou este domingo em Alijó, no distrito de Vila Real.

A informação foi confirmada à Renascença por Patrícia Gaspar, adjunta do comando de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

“Registámos algumas falhas momentâneas na rede SIRESP na zona de Alijó, onde lavra este incêndio”, explica Patrícia Gaspar.

“Não estamos a falhar de uma falha global do SIRESP, estamos a falar de falhas pontuais e momentâneas nesta rede”, sublinha a responsável da Protecção Civil.

De acordo com a mesma fonte, os operacionais estão também a utilizar, como alternativa, a Rede Operacional dos Bombeiros (ROB), que "permite garantir estas comunicações no teatro de operações".

Para colmatar as falhas no SIRESP em Alijó foi accionada uma estação móvel, que vem do Porto.

"Há muita gente no terreno e nem sempre se consegue falar”

A primeira informação sobre a existência de problemas tinha sido avançada pelo autarca Carlos Magalhães.

“Não sei se é o SIRESP, porque não sou especialista, mas vi que há dificuldades nas comunicações. Há muita gente no terreno e nem sempre se consegue falar”, afirma o presidente da Câmara de Alijó.

Questionado se estas falhas estão a dificultar as operações no terreno, Carlos Magalhães admite que sim.

“O combate ao incêndio está a ser feito, mas se houvesse uma melhor coordenação ao nível das comunicações isto seria mais simples. Não era nada que impedisse de estarmos a demorar, onde é, onde não é, para onde vai esta equipa, para onde vai aquela”, refere o autarca.

Carlos Magalhães já fez chegar a sua preocupação com o sistema de comunicações à Protecção Civil.

As chamas ameaçaram este domingo à tarde a aldeia de Chã, em Alijó, no concelho de Vila Real. Crianças e idosos foram retirados de casa por precaução.

O fogo de Alijó chegou a ser dado como dominado, mas a situação complicou e tem agora duas frentes activas.

Às 19h30, 307 operacionais, apoiados por 90 viaturas e oito meios aéreos combatiam este incêndio, de acordo com a página Proteção Civil na internet.

Um helicóptero ligeiro que estava a ajudar a combater este incêndio caiu na margem de uma barragem, confirmou à Renascença fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Vila Real.

O piloto escapou sem ferimentos, mas o helicóptero ficou inoperacional, avança o comandante Pedro Araújo.

[notícia actualizada às 20h58]