Os jovens europeus estão cada vez mais expostos a mensagens de ódio na internet, a sites pró-ana (que incentivam a anorexia), de automutilação e ao “ciberbullying”.
O alerta é dado pelo relatório final do projecto “UE Kids Online”, divulgado esta terça-feira pela Universidade Nova de Lisboa (UNL) que participou no trabalho.
Em comparação com 2010, os jovens europeus entre os 11 e os 16 anos, têm mais probabilidade de serem expostos a estes conteúdos, principalmente a mensagens de ódio e “ciberbullying”.
Os dados e recomendações em relação a riscos na internet de crianças e jovens salientam que “nem todo o uso da internet resulta em benefícios”.
A pornografia lidera a lista de preocupações das crianças e jovens sobre os conteúdos "online", seguindo-se "os conteúdos violentos, agressivos, cruéis ou sangrentos".
Sobre o que "perturba particularmente crianças e jovens", o relatório aponta a "violência real (ou realista), mais do que a ficcional, e a violência contra os mais vulneráveis como crianças ou animais". Uma preocupação que aumenta entre os mais novos, dos nove aos 12 anos.
"As crianças mais novas estão mais preocupadas com riscos de conteúdo e, à medida que crescem, preocupam-se mais com riscos sobre condutas e contactos", adianta o relatório baseado no trabalho desenvolvido por mais de 150 investigadores de 33 países, entre os quais Portugal.
Mas a probabilidade de um risco resultar em dano também depende do papel de pais, da escola e dos pares, e da regulação nacional, da provisão de conteúdos, dos valores culturais e do sistema de educação, acrescentam.
O projecto começou em 2010, quando se realizou um inquérito pessoalmente, em casa, a 25.000 crianças e jovens, entre os 9 e os 16 anos, utilizadores de internet, e a um dos seus pais, em 25 países. Até 2014 procurou aprofundar o conhecimento sobre as experiências e práticas de risco e segurança na internet e novas tecnologias por crianças e jovens europeus e pelos seus pais.