O ex-primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, foi detido esta terça-feira por forças paramilitares, numa escalada da crise política que promete atiçar as tensões entre os apoiantes do antigo líder.
Khan foi detido à porta do Tribunal Constitucional, em Islamabade, um dia depois de o Exército ter acusado o ex-chefe do Governo de falsas acusações contra as secretas do país.
Afastado do Governo em abril do ano passado pelo Parlamento, Imran Khan enfrenta dezenas de processos judiciais, incluindo por alegado terrorismo e corrupção.
A sua detenção intensificou de imediato as tensões entre o atual Governo e os apoiantes de Khan, ex-estrela de críquete tornada político populista, cujo partido tem atraído dezenas de milhares de pessoas aos seus comícios por todo o país.
O ex-primeiro-ministro e os que o apoiam exigem a convocatória de eleições antecipadas e acusam os militares de terem orquestrado a sua queda através de uma moção de censura aprovada no Parlamento há mais de um ano.
Também acusam o Governo do atual primeiro-ministro, Shahbaz Sharif, de se apropriar do sistema judicial para afastar Khan do poder, com o apoio do Exército. Os braços político e militar do Paquistão rejeitam todas as acusações.
As tensões políticas em torno de Khan tinham atingido um pico em novembro, quando um homem até hoje por identificar abriu fogo sobre a comitiva do ex-líder durante um comício do partido. Khan ficou ferido, no que os seus assessores classificam como uma tentativa de homicídio.
Desde então, Khan tem passado grande parte do tempo protegido na sua residência em Lahore, a segunda maior cidade do Paquistão.