Há hospitais que estarão a atrasar cirurgias, boicotando a possibilidade de os doentes serem operados noutros estabelecimentos hospitalares. A Entidade Reguladora da Saúde recebeu mais de 330 reclamações por estes atrasos em 2015 e nos primeiros meses deste ano.
São números avançados pela edição desta segunda-feira do “Jornal de Notícias” (JN) . O matutino aponta o exemplo do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), onde há cerca de 500 processos de cirurgias pendentes, de forma a evitar que os tempos máximos de espera sejam ultrapassados.
De acordo com o jornal, o hospital, ao catalogar o processo clínico do doente como pendente, leva a que a cirurgia não seja agendada, pelo que "o prazo deixa de contar e o vale cirúrgico será evitado, tal como a falta de produtividade é mascarada". Outra prática no CHTS, que integra os hospitais de Penafiel e de Amarante, é o doente não ser inscrito depois de ir à consulta para não se iniciar a contagem de tempo.
Contactado pela Renascença, o hospital recusou fazer qualquer comentário.
O “Jornal de Notícias” confrontou o Ministério da Saúde sobre estes casos. Na resposta, a tutela disse que “irá providenciar auditorias internas transversais relativas ao tema da gestão de tempos de execução do programa de vales-cirurgia”.