Líder da oposição síria pede ao Ocidente que puna Assad
29-08-2013 - 10:28
Ahmad Jarba diz que as forças internacionais devem travar o extermínio do povo sírio e ajudar o exército de libertação.
O Ocidente deve punir o governo sírio e oferecer apoio militar e político ao exército de libertação, de forma a evitar o extermínio da população, segundo o presidente da Coligação Nacional Síria.
Ahmad Jarba, em entrevista ao jornal françês "Le Parisien", disse ainda esperar que Bashar al-Assad seja julgado pelo Tribunal Penal Internacional.
A intervenção militar na Síria está em suspenso. O presidente norte-americano, Barack Obama, garantiu na quarta-feira à noite que ainda não há decisão tomada acerca da entrada naquele país, pese embora tenha já garantido o apoio da Inglaterra e da França.
Riscos de uma intervenção militar
José Azeredo Lopes, especialista em direito internacional, considera que uma operação militar na Síria pode ultrapassar um carácter meramente punitivo do regime. Na opinião do professor da Universidade Católica, o inquérito dos inspectores da ONU à utilização das armas químicas não será levado em linha de conta.
Lamenta, por isso, que o trabalho das comissões de inquérito das Nações Unidas agora, como no passado, não seja relevante: “Os Estados Unidos, por seu lado, já deram a atender que não precisam de quaisquer conclusões e deram a entender porque consideraram indiscutível que o regime de Bashar al-Assad tinha utilizado armas químicas.”
“Isto significa que, infelizmente, as comissões internacionais de inquérito promovidas pelo Conselho de Segurança - e, no passado já assistimos a muitos exemplos similares - vêem a sua acção extremamente dificultada.”
Já para o investigador do Instituto Português de Relações Internacionais, Bernardo Pires de Lima, uma acção militar contra a Síria tem o risco, desde logo, “de estarmos a julgar e a validar uma operação com base em informações que não serão correctas” e a "experiência do Iraque já nos devia tornar mais prudentes neste processo decisório”.
Em segundo lugar, sublinha o alcance da intervenção. "Se tiver um alcance meramente punitivo e não serve para derrubar o regime, que consequências trará no dia seguinte aos ataques”.
Ahmad Jarba, em entrevista ao jornal françês "Le Parisien", disse ainda esperar que Bashar al-Assad seja julgado pelo Tribunal Penal Internacional.
A intervenção militar na Síria está em suspenso. O presidente norte-americano, Barack Obama, garantiu na quarta-feira à noite que ainda não há decisão tomada acerca da entrada naquele país, pese embora tenha já garantido o apoio da Inglaterra e da França.
Riscos de uma intervenção militar
José Azeredo Lopes, especialista em direito internacional, considera que uma operação militar na Síria pode ultrapassar um carácter meramente punitivo do regime. Na opinião do professor da Universidade Católica, o inquérito dos inspectores da ONU à utilização das armas químicas não será levado em linha de conta.
Lamenta, por isso, que o trabalho das comissões de inquérito das Nações Unidas agora, como no passado, não seja relevante: “Os Estados Unidos, por seu lado, já deram a atender que não precisam de quaisquer conclusões e deram a entender porque consideraram indiscutível que o regime de Bashar al-Assad tinha utilizado armas químicas.”
“Isto significa que, infelizmente, as comissões internacionais de inquérito promovidas pelo Conselho de Segurança - e, no passado já assistimos a muitos exemplos similares - vêem a sua acção extremamente dificultada.”
Já para o investigador do Instituto Português de Relações Internacionais, Bernardo Pires de Lima, uma acção militar contra a Síria tem o risco, desde logo, “de estarmos a julgar e a validar uma operação com base em informações que não serão correctas” e a "experiência do Iraque já nos devia tornar mais prudentes neste processo decisório”.
Em segundo lugar, sublinha o alcance da intervenção. "Se tiver um alcance meramente punitivo e não serve para derrubar o regime, que consequências trará no dia seguinte aos ataques”.
A guerra civil na Síria, que dura há dois anos, já terá feito mais de 100 mil mortos.