O Governo prevê chegar a 2020 com 9% de desemprego, o que implica uma redução de 2,4% em relação ao previsto para este ano. São dados do quadro macro económico do Plano Nacional de Reformas (PNR) aprovado esta quinta-feira pelo conselho de ministros e ao qual a Renascença teve acesso.
É um cenário já muito diferente do cenário macro desenhado pelos economistas escolhidos pelo PS e liderados por Mário Centeno, agora ministro das Finanças. Nesse cenário, apresentado há cerca de um ano, previa-se uma taxa de desemprego de 8,7% já no próximo ano e de 7,2% em 2019.
Também em relação ao crescimento as diferenças são já muitas. O cenário macroeconómico do ano passado previa um crescimento do PIB de 3,1 no próximo ano. Agora desce para 1,8%, crescendo a uma décima percentual por ano até atingir 2,1% em 2010.
É, portanto, num novo quadro macroeconómico que o Governo pretende levar a cabo o seu plano nacional de reformas que, em grande parte, é a concretização, com contabilização e calendário, de medidas prevista no programa de Governo.
O PNR tem 140 medidas, divididas por seis pilares, e prevê um investimento superior a 25 mil milhões de euros. Mais de metade – quase 13 mil milhões - vêm de fundos estruturais, o que faz com que exista um grande alinhamento entre o PNR e as +prioridades do Plano Europa 2020.
Ainda em termos de financiamento, 6700 milhões são de verbas do orçamento do Estado. Mas para chegar a essa verba é necessário que haja uma redução do endividamento público em mais de quatro mil milhões. Ou seja, há um investimento total de quase 11 mil milhões, a que o governo subtrai quatro mil graças a dez medidas de redução de endividamento.
Há ainda perto de quatro mil milhões de verbas para este plano que vêm de outras fontes de financiamento europeias, entre os quais 2200 milhões do Plano Juncker.