Veja também:
- Siga a Web Summit em directo
- Os portugueses à conquista da Web Summit
- Sem bilhete mas com ideias? Vá na mesma à Web Summit
- Todas as notícias sobre a Web Summit
É a pergunta que está nas cabeças de muitos visitantes da Web Summit e aquela que muitos oradores se esforçam para responder: no futuro, os robôs vão comandar as nossas vidas? A resposta, para o director executivo da Autodesk, empresa norte-americana que faz software de arquitectura, engenharia, construção, entre outros (é a criadora do popular AutoCAD), Carl Bass, é “não”. Mas vamos ter de aprender a trabalhar com eles, disso não haja dúvidas.
Numa das palestras mais concorridas da manhã, num palco preto equipado como um palco secundário de um festival de música a transbordar de gente, Bass, um homem corpulento, vestido de preto e muito à vontade em palco, falou de um futuro que em muito ultrapassa qualquer cenário distópico. Depois da música brasileira que animava o espaço antes da sua chegada, o empreendedor falou na sua empresa, apostada agora em ver como é que se podem pôr robôs a trabalhar para nós no dia-a-dia.
Enquanto Carl Bass falava, passavam num ecrã gigante imagens estonteantes a ilustrar as ideias do líder da Autodesk, incluindo até um vídeo de uma mulher a “domesticar” um robô, tal e qual um domador de leões enjaulado num circo.
Bass falou nos projectos que desenvolve na própria garagem, como o kart eléctrico que construiu com o filho e que conseguiu tornar completamente autónomo e na máquina de soldar que transformou numa impressora 3D.
Lembrou que uma hora de CPU – ou seja, de utilização de um computador incrivelmente poderoso – custa apenas 4 cêntimos.
Mas a palavra-chave da palestra, a decorrer perante os queixos caídos da assistência, são duas: “Generative design”. Design generativo – aquele em que dizemos aos robôs aquilo que queremos, os “outcomes” desejados, e as máquinas criam uma paleta de soluções possíveis. Por exemplo, na construção de uma casa podemos explicar aquilo que queremos e gerar dezenas de plantas por onde escolher.
E os arquitectos, ficam sem trabalho? “Not so fast”, calma. O que acontece é que os arquitectos, engenheiros, até os donos de obra ficam com o cargo de “curadores”, encarregados de escolher o projecto vencedor.
De escritórios, a aviões, a cadeiras, não há nada que não passe pelas experiências da Autodesk. Mas não há que temer o futuro, assegura Carl Bass: “O futuro pertence a quem conseguir aproveitar o poder da computação infinita para agarrá-la e fazer aquilo que os humanos fazem melhor”.