O Governo aponta para um défice de 1,4% em 2017, o que representa um corte de 1.400 milhões de euros, avançam os jornais económicos.
De acordo com o “Jornal de Negócios”, o executivo informou os partidos da coligação parlamentar de esquerda que está a trabalhar numa descida do défice para 1,4% e que prevê um crescimento económico de 1,8% no próximo ano.
O programa do PS previa que a economia crescesse 3,1% e um défice orçamental de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
A Renascença tentou um esclarecimento do Governo até ao momento sem sucesso.
Questionado esta quarta-feira pelos jornalistas, o Presidente da República considerou "muito importante" que a Comissão Europeia tenha uma reacção positiva às previsões económicas do Governo e ao Programa de Estabilidade, admitindo que de contrário terá que haver "acomodações e negociações".
"Acho que é muito importante haver aceitação da Comissão Europeia daquilo que são as perspectivas do Governo português para os próximos anos. É a partir dessas perspectivas que se vai analisar ano a ano a execução orçamental", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações aos jornalistas, o Presidente da República insistiu que "é muito importante aquela que seja a reacção da Comissão Europeia" quanto às perspectivas económicas do Governo e quanto ao que está previsto no Programa de Estabilidade.
"Se essa reacção for positiva o clima é positivo. Se for menos positiva, isso obriga a acomodações e negociações mas estou esperançado que seja positiva", declarou, após questionado pelos jornalistas, no final de uma visita à Marinha, no Arsenal do Alfeite, Almada.
Face ao que já se conhece do essencial do Programa de Estabilidade para os próximos anos, Marcelo Rebelo de Sousa disse ter uma "funda esperança" que em relação quer ao Programa de Estabilidade quer ao Programa Nacional de Reformas "haja um encontro entre a Comissão Europeia e o Governo português".
"Se houver essa coincidência, é um facto positivo. Significa que há uma abertura da Comissão Europeia relativamente às perspectivas económicas apresentadas pelo Governo e isso cria um clima positivo, fundamental para as futuras relações com a Comissão Europeia em matéria de execução orçamental", reiterou.
A imprensa económica noticia hoje que o ministro das Finanças, Mário Centeno, apresentará quinta-feira em Conselho de Ministros uma previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,8%, em 2016, sem qualquer revisão em baixa.
No entanto, para 2017, a previsão passa dos 3,1% previstos no programa do Governo para 1,8 %. Quanto às metas do défice, a imprensa refere que o Governo revê de 2,6% para 1,4%, o que representa um corte de 0,8 pontos percentuais face aos objectivos para o corrente ano.