O Reino Unido está disposto a lançar novos ataques contra os rebeldes iemenitas Houthis por considerarem que estes representam uma "ameaça iminente" aos navios comerciais e militares no Mar Vermelho, afirmou esta terça-feira o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.
"Tentar contrariar cada ataque Houthi depois de este ter sido lançado é simplesmente insustentável. Já abatemos dezenas de mísseis e 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados] que tinham como alvo embarcações civis e a Marinha. Os Houthis realizaram pelo menos mais 12 ataques a embarcações desde 11 de janeiro, incluindo a noite passada, pouco antes dos nossos ataques", revelou Sunak, durante uma declaração no parlamento.
O Ministério da Defesa em Londres revelou na segunda-feira à noite que quatro caças Typhoon FGR4 da Força Aérea Real (RAF), apoiados por dois aviões-tanque Voyager, lançaram bombas guiadas de precisão Paveway.
Os ataques foram os segundos lançados pelas forças armadas britânicas em conjunto com os Estados Unidos da América (EUA), tendo Washington feito outras ações contra os rebeldes xiitas pró-iranianos Houthis, envolvidos numa guerra civil no Iémen desde 2014.
"Agimos na mesma base que em 11 de janeiro, exclusivamente em conformidade com o Direito Internacional, em legítima defesa e em resposta a uma ameaça persistente. E, tal como na primeira vaga, os ataques foram limitados a alvos cuidadosamente selecionados, com o máximo cuidado para proteger vidas civis", garantiu Sunak.
O chefe do Governo britânico vincou que o Reino Unido não quer um confronto, mas justificou que os bombardeamentos foram necessários.
"O Reino Unido não hesitará em responder novamente em legítima defesa. Não podemos ficar de braços cruzados e permitir que estes ataques não sejam contestados. A inação também é uma escolha", disse.
Oposição trabalhista apoia Sunak
O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, reiterou o apoio da principal força da oposição britânica à decisão do Governo conservador, apesar de não ter sido avisado antes das manobras militares ocorridas há duas semanas.
"Os ataques dos Houthis têm de parar. O seu objetivo é desestabilizar-nos. Por isso, temos de nos manter unidos e fortes. Os ataques representam um perigo para os civis comuns que trabalham arduamente no mar. Temos de os proteger. O objetivo é perturbar o fluxo de mercadorias, alimentos e medicamentos", condenou Keir Starmer.
Os Houthis, apoiados pelo Irão, controlam a capital do Iémen, Saná, e outras áreas no norte e oeste do país desde 2015.
O grupo respondeu à ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza (iniciada em 7 de outubro após um ataque do grupo islamita palestiniano Hamas) atacando navios propriedade de Israel ou que se dirigiam a um porto israelita em trânsito no Mar Vermelho e no Golfo de Aden.