Rússia acusa Polónia de planear ocupação da Ucrânia
09-08-2023 - 14:29
 • Diogo Camilo

Ministro da Defesa russo diz que aumento da militarização polaca e da ligação polaco-ucraniana apenas tem como objetivo a ocupação das regiões ocidentais da Ucrânia e aponta o país como o “principal instrumento da política anti-russa” dos EUA.

A Rússia acusou esta quarta-feira a Polónia de estar a planear uma ocupação a região ocidental da Ucrânia, alertando para os riscos associados à militarização do país.

“Existem planos para criar uma ligação polaco-ucraniana, supostamente para garantir a segurança da Ucrânia Ocidental, mas com objetivo de ocupação subsequente deste território”, disse o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, após reunião do conselho militar, citado pela agência estatal Tass.

O responsável do Kremlin, que devido à militarização da Polónia, o país é agora o “principal instrumento da política anti-russa” dos Estados Unidos da América.

“Varsóvia anunciou a sua intenção de construir, como dizem os polacos, ‘o exército mais poderoso do continente’”, disse Shoigu, alertando para as “compras em grande escala de armas” dos EUA, Reino Unido e Coreia do Sul.

A 1 de agosto, o Ministério da Defesa da Polónia tinha anunciado a decisão de enviar mais militares e helicópteros de combate para a fronteira com a Bielorrússia, após a violação das fronteiras aéreas do país por helicópteros bielorrussos.

A ideia não é nova. Em julho, o diretor do serviço de inteligência russo, Sergei Naryshkin, já tinha afirmado, numa reunião do Conselho de Segurança com Vladimir Putin, que a Polónia poderia impor o controlo sobre territórios ocidentais da Ucrânia, posicionando as suas tropas no local.

Rússia vai reforçar número de militares nas fronteiras

Este é um dos pretextos que levou Moscovo a anunciar o reforço do número de militares nas fronteiras ocidentais, anunciado por Shoigu na mesma reunião.

O ministro russo disse ainda que espera que a Finlândia também comece a receber armas, indicando que a entrada do país na NATO vai duplicar o comprimento da fronteira da Rússia com países da Aliança Atlântica.

Apelidando a entrada de Finlândia e a futura entrada da Suécia como um “sério fator de destabilização”, Shoigu indicou que o Ocidente “está a procurar uma guerra por aproximação” com Moscovo.