O Chega pede previsibilidade nas medidas de contenção da pandemia já anunciadas para o período de Natal. André Ventura diz que é preciso ter em conta os números, mas também a necessidade de não mudar as regras de tal forma que os portugueses deixem de saber o que está em causa.
“Apelámos a que se mantenha o mesmo nível de restrições que já estavam definidas – aliás, foi esse o sentido pelo qual, no último estado de emergência, decidimos alargar logo, apesar de só poder ser 15 dias, a informação de como é que seria, por estabilidade e por previsibilidade”, afirma aos jornalistas depois da reunião com o Presidente da República, nesta quarta-feira.
O líder e único deputado do Chega na Assembleia da República criticou depois algumas das restrições implementadas pelo Governo no âmbito do estado de emergência.
“Não está em causa a desconfiança face ao senhor Presidente do República, mas as restrições que o Governo depois tem regulamentado no estado de emergência. É que nós, na verdade, saímos daqui com um decreto presidencial, mas não sabemos como é que o Governo vai regulamentar e, portanto, o Chega não poderá dar um voto em branco a este estado de emergência”, determinou.
Tal como a Iniciativa Liberal, André Ventura mostrou ainda preocupação com as eleições de janeiro de 2021, pedindo novamente clareza nas regras sanitárias.
“Que sejam emitidas normas claras pela Direção-Geral de Saúde logo que seja possível, para determinar em que condições podem ser feitos os atos de campanha, como é que podem ser feitos, com que limites; para que haja aqui estabilidade e previsibilidade”, apela.
Ventura não quer que a campanha seja afetada pela eventual sensação criada nos portugueses “de que para umas coisas pode-se fazer tudo e para outras não se pode fazer nada”.
“Portanto, apelei também o Presidente da República e penso que o Presidente da República está sensibilizado para esta questão de não criarmos aqui dois pesos e duas medidas, conforme tantos criticámos em eventos durante este ano”, afirmou.
“Que a relação seja clara, que a Direção-Geral de Saúde esteja envolvida para que os portugueses saiam a votar – aliás, sondagens mostram que os portugueses querem ir votar nas eleições presidenciais – para que possam ir votar em segurança, em tranquilidade, mas que ao mesmo tempo a campanha decorra no cumprimento das regras sanitárias”, concluiu.
Marcelo Rebelo de Sousa está a receber nesta quarta-feira, em Belém, os partidos com assento parlamentar no âmbito da renovação do estado de emergência.