A marchadora olímpica Inês Henriques denunciou, numa publicação nas redes sociais, uma situação de “assédio sexual durante o treino” em Rio Maior, admitindo ter ficado “apreensiva e com medo” da situação.
“Piropos às vezes acontecem, não gosto! Porque estou a fazer o meu trabalho e gosto de ser respeitada, mas infelizmente tornou-se uma coisa banal. Uma situação destas é de deixar-nos apreensivas e com medo! E se nos tira a nossa tranquilidade tem de ser denunciada”, escreveu, no Facebook.Inês Henriques, de 41 anos, campeã da Europa em Berlim 2018 e do mundo em Londres 2017, nos 50 quilómetros marcha, acusou um indivíduo de “raça negra e com mais de um metro e noventa” de lhe ter “exibido o pénis”, durante uma conversa de circunstância na qual fazia o aquecimento para o treino na estrada da Caniceira, na qual treina “há mais de 30 anos”.
“Por norma, sou simpática com todas as pessoas e dei os bons dias. Ele olhou, parou e perguntou-me se era atleta. Respondi que sim e estávamos a ter uma conversa circunstancial, senti que se estava a aproximar muito de mim e afastei-me e continuei a preparar-me para o meu treino. Abri o carro, para tirar as sapatilhas e, quando olho para ele, isto tudo em menos de dois ou três minutos, o indivíduo já estava a exibir o pénis”, revelou.
A atleta do Clube de Natação de Rio Maior, que aguardava pelo treinador Jorge Miguel, disse ter “reagido com palavras agressivas”, pois “não admitia tal falta de respeito” e posteriormente apresentou queixa na GNR assumindo que só poderá identificar o prevaricador, “que não avançou e foi-se embora”, caso o veja novamente.
“Como foi grave, é um crime e como mulher não me devo calar! Nenhuma mulher deve-se calar perante uma situação de assédio sexual, seja qual forma for! Estou a divulgar a situação para alertar e (as mulheres) terem cuidado”, concluiu.
Inês Henriques foi 20.ª em Atenas 2004, 15.ª em Londres 2012 e 12.ª no Rio 2016.