O contingente português ao serviço das Nações Unidas na República Centro-Africana não sofreu ferimentos no ataque das milícias na quinta-feira, afirma à Renascença o porta-voz do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
“Relativamente aos portugueses, não houve feridos. Já tinha havido a debandada da população para fora da cidade. Ainda foi apanhada muita gente no fogo cruzado, mas a informação que temos é que não terão ocorrido baixas ou ferimentos em civis”, avança Pedro Coelho Dias.
Esta sexta-feira, a situação na cidade de Bambari regressou à normalidade e o porta-voz do EMGFA sublinha o papel importante do contingente português na proteção da população face aos ataques de grupos armados.
Os militares portugueses vão continuar em Bambari, tal como os “dos outros contingentes que marcam presença na República Centro-Africana, numa demonstração clara de que o Estado de Direito, a segurança e a paz é que vão imperar na República Centro-Africana”, sublinha Pedro Dias Coelho.
Na quinta-feira, os militares portugueses estiveram cinco horas em combate em Bambari, cidade a 400 quilómetros da capital, Bangui.
"Os paraquedistas portugueses da 4.ª Força Nacional Destacada, em missão na República Centro-Africana ao serviço das Nações Unidas, foram empenhados esta tarde para uma operação de manutenção da paz, após um ataque violento de um grupo armado no centro da cidade de Bambari", informou o Estado-Maior-General das Forças Armadas num comunicado.
"Estiveram cinco horas em combate direto com elementos do grupo armado ex-Seleka UPC (União para a Paz na República Centro-Africana), com o objetivo de proteger civis e restabelecer a paz, entrepondo-se entre o grupo opositor e a população civil indefesa", especificou.
Os militares portugueses integram a missão “MINUSCA”, das Nações Unidas.
Comandos regressam em fevereiro
As tropas paraquedistas que se encontram atualmente na República Centro-Africana vão ser substituídas pela força de Comandos no próximo mês.
Afastados daquele teatro de operações nas duas últimas participações, em que foram substituídos por tropas paraquedistas, os Comandos regressam no próximo contingente.
A garantia é dada à Renascença pelo porta-voz dos Estado-Maior-General das Forças Armadas.
“Têm sido utilizadas tropas especiais do Exército. Os dois primeiros contingentes foram Comandos, o terceiro e o quarto paraquedistas e o quinto, que já está em processo de aprontamento, será de Comandos”, explica Pedro Coelho Dias.
Os militares portugueses têm estado na República Centro-Africana a participar na estabilização do território, ao serviço da ONU.