"Meias-medidas não estavam a funcionar" na Áustria, diz portuguesa
16-11-2021 - 10:25
 • Filipe d'Avillez com redação

Cláudia Fernandes diz que já se notava o aumento de pessoas nos centros de vacinação nas vésperas da imposição do confinamento para não-vacinados.

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A decisão de confinar os não-vacinados na Áustria está a dar resultados, garante uma portuguesa que vive e trabalha naquele país do centro da Europa.

Em declarações à Renascença, Cláudia Fernandes confirma aquilo que o chanceler Alexander Schallenberg já tinha dito na véspera, de que o anúncio da medida estava a fazer aumentar o número de inscrições nos centros de vacinação.

“Está a resultar. Mesmo na véspera, quando já havia rumores destas medidas, as pessoas não-vacinadas começaram a acorrer aos centros de vacinação. Podem ser vacinadas em muitos locais na cidade toda e começou a haver uma afluência muito maior do que havia antes”, descreve.

A professora na Universidade de Viena defende mesmo esta medida, dizendo que não havia outra opção perante as baixas taxas de vacinação na Áustria. “Há uma grande resistência à vacinação. É uma coisa bastante cultural aqui. Os números são assustadores e há que tomar medidas.”

“As pessoas não sabem bem o que se pode fazer, era preciso adotar medidas mais drásticas, porque as meias-medidas que estavam a ser tomadas não estavam a resultar praticamente em nada”, sublinha.

Vários países na Europa central e de leste estão a atravessar uma quinta vaga da Covid-19, e na Áustria regista-se mesmo o maior número de casos de Covid desde o início da pandemia – 12.000 por dia, em média, num país de 8,9 milhões de habitantes.

Naquele país, quase meio milhão de pessoas recebeu uma dose da vacina na semana passada, para 128.813 das quais foi a primeira dose, antecipando a aplicação das restrições.

“Quero levar os não-vacinados a vacinarem-se, e não trancar os vacinados em casa”, declarou o chanceler Schallenberg, descartando as acusações de discriminação ou violação dos direitos fundamentais dos cidadãos não-vacinados.

A Covid-19 causou pelo menos 5.098.386 mortes em todo o mundo, entre 253,17 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa France-Presse, com base em dados oficiais.