O ministro da Saúde admitiu esta quinta-feira vir a rever o novo modelo de urgências que ditou o encerramento do serviço de pedopsiquiatria do Hospital D. Estefânia durante a noite desde ontem.
Logo na estreia, um adolescente muito agitado e com grave perturbação mental teve de passar a última madrugada na rua, nos jardins do hospital pediátrico de Lisboa, porque os médicos pediatras não conseguiram controlá-lo, até à chegada dos especialistas em psiquiatria da infância e adolescência, já esta quinta-feira de manhã.
Confrontado com a situação, Manuel Pizarro desvaloriza o caso e diz que acredita na capacidade de resposta do Hospital D. Estefânia.
"Não tenho nenhuma dúvida de que um hospital tão diferenciado como o Hospital de D. Estefânia, com recursos médicos tão qualificados e com profissionais tão qualificados, organizará esse atendimento de forma segura para as crianças e para os jovens que a ele venham a recorrer nesse período noturno e que depois intervirá, quando for necessário, o pedopsiquiatra no período diurno", declarou o ministro aos jornalistas no Algarve.
Pizarro falava aos jornalistas no final do Conselho de Ministros que decorreu hoje em Faro, no âmbiro da iniciativa Governo + Próximo. O ministro disse ainda que o novo modelo que implica o fecho das urgências de pedopsiquiatria da Estefânia à noite visa aumentar o acesso dos doentes aos cuidados de saúde, não diminuí-lo.
"Estas medidas têm uma outra característica, é que todas são sujeitas a avaliação", acrescentou Manuel Pizarro. "Daqui a umas semanas ou uns meses estaremos em condições de avaliar se o que aconteceu foi o que nós esperávams ou se, pelo contrário, há alguma coisa que tenha de ser corrigida."
Ontem, o diretor do serviço de pediatria do Hospital D. Estefânia disse à Renascença que o novo modelo não foi bem pensado e não serve os utentes.
Segundo Gonçalo Cordeiro Ferreira, na impossibilidade de haver pedopsiquiatras presentes no turno da noite, deveria pelo menos haver um especialista de prevenção.