A indumentária escolhida pela mulher, Melania, e pela filha, Ivanka, de Donald Trump na audiência com o Papa, esta quarta-feira, no Vaticano, está a ser objecto de múltiplos comentários, à escala global.
Melania e Ivanka apareceram vestidas integralmente de preto, com véu da mesma cor, causando alguma perplexidade entre quem não está habituado a ver as audiências dos Papas. Todavia, as mulheres Trump estavam apenas a seguir o protocolo do Vaticano.
As regras exigem que as mulheres que se encontram com o Papa - sejam as protagonistas do encontro ou as esposas e filhas, como foi o caso - usem vestidos compridos pretos, de mangas compridas e sem decote. Devem ainda usar uma mantilha da mesma cor.
A mantilha é parecida com um véu, mas tende a ser de renda, ou com bordados, e mais pesada que um véu. Antigamente, era habitual as mulheres católicas usarem mantilha na missa e algumas ainda o fazem, sobretudo, em meios mais tradicionalistas.
Ao escolherem esta roupa, Ivanka e Melania estavam apenas a seguir a tradição, tal como muitas outras mulheres fizeram antes delas, incluindo Michelle Obama e a Rainha Isabel II.
Contudo, existe uma excepção a esta regra. Certas mulheres beneficiam de um privilégio que lhes permite vestir de branco na presença do Papa. O chamado “privilège du blanc” apenas se aplica a algumas, e não todas, as rainhas e princesas católicas.
Assim as rainhas e princesas de Espanha, da Bélgica, do Luxemburgo e do Mónaco podem vestir de branco, embora a obrigação da utilização de mantilha e do estilo do vestido se mantenham. A mulher do herdeiro do trono de Itália também vestiu de branco nas últimas ocasiões em que se encontrou com o Papa.
Mas outras monarcas ou membros da realeza católica não beneficiam deste privilégio. É o caso não só de algumas casas reais reinantes, como do Liechtenstein e do Lesotho, mas também de famílias reais não reinantes como a de Bragança, em Portugal, pelo que quando a Duquesa de Bragança se encontra com o Papa veste de preto.