O presidente do BPI considera que a situação política que Portugal vive é "normal" e que devem ser os políticos, nomeadamente os deputados eleitos e o Presidente da República, a resolverem o impasse existente em termos governativos.
"A situação política é normal. Tivemos eleições em Outubro e agora é o tempo da política e dos políticos. Compete ao senhor Presidente da República e aos partidos políticos cumprirem a Constituição", afirmou Fernando Ulrich.
"Não tenho nenhum comentário especial sobre a situação política. Vivo isto com uma grande tranquilidade. Estamos em democracia há 40 anos", vincou.
Segundo o gestor, qualquer afirmação sua, nesta altura, poderia soar como uma crítica à escolha de votos dos portugueses.
"Agora que temos os resultados, uns estão mais contentes do que outros. Eu entendo que é bom, ao longo do tempo, numa democracia madura e adulta, que toda a população, pelo menos algumas vezes, se sinta representada por quem está no Governo e envolvida na tomada de decisões", lançou, considerando que "isso ajuda a construir uma sociedade mais equilibrada".
O responsável assegurou que tem "uma grande confiança em Portugal e nos portugueses", considerando que o povo português tem "dado grandes provas de uma grande capacidade de superação, sofrimento e vontade de ultrapassar as dificuldades, como aconteceu nos últimos quatro anos".
E realçou: "O país hoje está melhor do que há quatro anos. Estou bastante tranquilo e confiante que o que quer que seja que vai acontecer proximamente vá nesta linha de estabilidade".
Ulrich sublinhou que prefere "encarar a realidade do que os cenários", pelo que não tem "nada de muito dramático, nem espectacular, para dizer".
O líder do BPI falava aos jornalistas durante a apresentação dos resultados dos primeiros nove meses do banco, tendo sido questionado sobre declarações que terão sido feitas por Nuno Amado, presidente do BCP, acerca do perigo de Portugal se tornar uma espécie de Cuba.
"Com Cuba, só vejo que temos praias óptimas em comum", atirou Ulrich.
"O BPI não é um partido político, eu não sou um líder político, nenhum de nós é deputado. As pessoas eleitas é que vão tratar disso. Encaro a situação com toda a normalidade e não entro nessa dramatização", afirmou.
E concluiu: "Criticar a maneira como os portugueses votaram seria completamente idiota da minha parte".