O secretário-geral do PS, António Costa, interrogou-se esta terça-feira sobre quantos "truques" do Governo estarão ainda por descobrir, no dia em que houve novidades sobre as contas do processo de liquidação do BPN.
O executivo, declarou Costa em Setúbal, foi apanhado "mais uma vez num truque" feito, diz, para "disfarçar as contas de 2012".
"O que nos interrogamos é quantos truques estão ainda por descobrir", sublinhou o líder do PS, que abordava a notícia da Antena 1, que aponta para que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, enquanto secretária de Estado do Tesouro, tenha pedido à administração da Parvalorem que mexesse nas contas para que estas revelassem um cenário de perdas mais optimista do que o real, reduzindo os prejuízos reconhecidos em 2012.
Costa prosseguiu: "É dramático para a credibilidade da vida politica e da democracia quando, permanentemente, não há semana que passe em que o Governo em que não seja apanhado numa tentativa de enganar os cidadãos".
O socialista advogou, todavia, que "não há números, não há truques, não há contabilidades que disfarcem aquilo que é a realidade concreta da vida das pessoas", falando, por exemplo, da emigração dos jovens.
O PS, por seu turno, "não está fechado sobre si próprio" e "foi capaz de, na preparação do programa do Governo, mas também na elaboração das suas listas, de chamar para a actividade política pessoas que tendo tido outro tipo de percurso (...) sentiram perante este momento de emergência que o país vive não podiam deixar de dizer presente".
Costa deu como exemplo o economista Paulo Trigo Pereira, candidato pelo círculo de Setúbal, que interveio na sessão desta tarde.
"Alguns acharam que tínhamos ido reunir um conjunto de economistas para fazer um estudo e a fingir elaborarmos um programa", prosseguiu o líder do PS, que recordou as suas vitórias autárquicas em Lisboa para dizer que "o que é decisivo é estar em condições quatro anos depois" da primeira vitória "de voltar a dar a cara e pedir a confiança aos portugueses".
"Os portugueses não esqueceram como eles [Passos Coelho e Paulo Portas], ao longo destes quatro anos, traíram a palavra que tinham dado na anterior campanha eleitoral", declarou o socialista.
E acrescentou: "Nem sequer nos cartazes têm coragem de dar a cara porque sabem que a cara deles não convence ninguém".