​Bruxelas restringiu venda do Banif
23-12-2015 - 12:35

As regras comunitárias limitaram as hipóteses que o Governo tinha para o caso do Banif. É hora de balanço do trabalho de Merkel e da sua importância na UE. Os refugiados e o referendo no Reino Unido tomam conta da Imprensa.

O caso Banif continua a dar que falar, sobretudo na imprensa portuguesa. No “Jornal de Notícias”, pode ler-se que o “Governo queria integrar Banif na Caixa Geral de Depósitos”, mas Bruxelas não deixou. Segundo o ministro das Finanças, as regras da Comissão Europeia não o permitiram. Os dois bancos já tinham recebido ajudas estatais em 2013 e as regras de Bruxelas impedem novas ajudas antes de terem sido devolvidos os montantes em causa. Além disso, a Caixa ficou proibida de realizar aquisições, pelo que não podia absorver o Banif.

Já o “Diário Económico” afirma que “Bruxelas forçou venda do Banif ao Santander ou ao Popular”. Dos seis interessados que fizeram ofertas, só estes dois bancos foram chamados no sábado pelo Governo. Tanto Mário Centeno como o Banco de Portugal dizem que Bruxelas impedia a venda a fundos, daí a exclusão da Apollo e dos outros três fundos internacionais que mostraram interesse no Banif.

No “Diário Económico”, surge Angela Merkel como “Figura Internacional 2015”. Sob o título “A Chanceler que os europeus adoram odiar”, o jornal traz várias páginas dedicadas à mulher mais poderosa do Mundo. Diz o “Económico” que Merkel “teve requintes de sadismo na Grécia, mas deu uma lição de humanidade com os refugiados”. Pelo meio, “reactivou o eixo franco-alemão mas, se for preciso, há-de liderar a Europa sozinha”.

Um dos artigos intitula-se “Os Desafios de Merkel”. Segundo o jornal, “Da crise migratória aos problemas da zona euro, passando pela crise na Ucrânia, todas as grandes decisões europeias de 2016 vão passar por Berlim”. Noutro artigo, o título é “Os grandes números da líder alemã” e nele se resumem os dados essenciais da governação da Chanceler. Dos números do défice alemão, ao excedente comercial, passando pelo crescimento da economia ou os refugiados que ainda vai receber, são números a ter em conta quando se fala de Merkel.

No “Público” mais de metade da capa ocupada pela foto que retrata alguns dos refugiados que este ano chegaram à Europa. Mais de um milhão de pessoas fugidas à guerra e à miséria. Um número quatro vezes superior ao verificado no ano passado. Segundo a Organização Internacional para as Migrações, Grécia, Espanha, Itália, Bulgária, Malta e Chipre foram as principais portas de entrada e a maioria dos refugiados são oriundos da Síria, do Iraque e do Afeganistão. Só na Grécia entraram mais de 800 mil refugiados. Quanto a vítimas, quase 2.900 pessoas morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo. Mas há, ainda, quase 3.700 desaparecidos.

Também o “Diário de Notícias” fala do assunto, mas pega em três exemplos concretos com o título: “Ibrahim, Durr, Abd e mais um milhão arriscaram a vida para chegar à Europa”.

No “Diário Económico”, lê-se que “Bruxelas mantém sanções contra a Rússia, enquanto Moscovo as acha hipócritas”. A União Europeia ratificou ontem a extensão das sanções económicas contra a Rússia até 31 de Julho do próximo ano. Mantém-se, assim, uma ofensiva comercial decidida na sequência do conflito no Leste da Ucrânia e da anexação russa da Crimeia.

Lá por fora, destaque para o debate que se prolonga (e aviva) no Reino Unido sobre a permanência ou a saída da União Europeia. Num artigo de opinião publicado no “Telegraph”, William Hague explica por que é que vai votar “sim” à Europa e diz mesmo que os britânicos seriam “tolos” se optassem pela saída. De resto, o partido de opinião de Hague até é citado pela BBC, que transmite hoje uma entrevista ao novo Presidente polaco. Andrzej Duda teme uma crise generalizada se o Reino Unido sair da União. Diz que é contra as regras exigidas por Cameron para os trabalhadores estrangeiros, mas admite que o funcionamento dos “28” tem de ser revisto.

Ainda no “Telegraph”, um dos mais altos dirigentes do Partido Conservador, Mark Field, diz mesmo que “os membros do Governo que querem que o Reino Unido deixe a União Europeia deviam resignar”. É a primeira figura de proa do partido a declarar-se publicamente contra a saída e a dizer que há membros do Governo que estão a tentar condicionar o Primeiro-ministro David Cameron. O referendo é também analisado pela revista “Forbes”.