Do Orçamento para 2016 só se conhece o esboço, o que leva o economista Eduardo Catroga a acreditar que os representantes das instituições credoras de Portugal não passem já ao ataque.
"Acho que, por enquanto, ainda vão ser muito cautelosos na avaliação, porque não temos ainda definida a proposta orçamental. Há a indicação de medidas avulsas, com impacto quer na receita quer na despesa, mas só poderemos ter uma avaliação objectiva quando for apresentado o Orçamento do Estado para 2016 na Assembleia da República", defende, em declarações à Renascença.
O que se deve, então, esperar da “troika” neste momento? Eduardo Catroga diz que "pode haver a manifestação de sensibilidades, como as do Conselho de Finanças Públicas e da Unidade Técnica de Apoio Orçamental, que também fazem análises e recomendações".
O guião do ministro Mário Centeno só é parcialmente conhecido – o suficiente para que a candidata a líder do CDS, Assunção Cristas, lhe atribua o Óscar de melhor ficção – mas a palavra que mais se repete, por estes dias é "reversão".
Eduardo Catroga avisa que, "quanto mais nos atrasarmos no caminho para o equilíbrio orçamental, face ao endividamento excessivo, mais longo será o período de ajustamento". O homem que negociou, pelo PSD, o resgate português alerta ainda que "nunca poderemos ter um período de ‘vacas gordas’ com o nível de endividamento acumulado pelo Estado, famílias e empresas nos últimos 15/20 anos”.
“Criar expectativas erradas às pessoas não é o caminho da verdade", sublinha.