A DECO refere que há famílias com mais de 20 créditos para fazer face às despesas diárias e para pagar dívidas.
São famílias com emprego, mas os rendimentos não acompanharam o aumento do custo de vida, por isso, recorreram ao crédito como esclarece a coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da DECO, à Renascença.
Natália Nunes refere que as famílias recorrem ao chamado crédito fácil, o que é um comportamento que leva a famílias a ter diversos créditos. É o caso de uma família que tem 23 créditos: "existem dois créditos automóvel, existem 16 cartões de crédito, cinco créditos pessoais", exemplifica.
Este não é caso único. Natália Nunes diz que há muitas famílias que até recorrem ao crédito para fazer as compras de supermercado, porque o salário não chega para tudo.
A DECO recebe muitos pedidos de ajuda de famílias monoparentais e avisa que o dinheiro conseguido com o cartão de crédito é o mais caro.
Apela, por isso, às famílias em dificuldades que tentem renegociar os créditos e baixar os encargos.
"Por diversas razões, não o fazem. Portanto, a solução que tomam é, muitas vezes, recorrer aos cartões de crédito ou de contratar mais crédito para fazer face às suas despesas", aponta a coordenadora do Gabinete de Proteção Financeira da DECO.
Natália Nunes diz, no entanto, que a família tipo que pede ajuda à DECO tem em média 5 empréstimos para pagar: "um credito à habitação, dois créditos pessoais e dois cartões de crédito".
Estes números não surpreendem esta responsável, porque "muitas vezes quando as famílias vão fazer um crédito à habitação para baixar o spread, o banco aconselha a família a contratar alguns créditos com esse fim".