O número de desempregados inscritos nos centros de emprego baixou 11,8% em dezembro em termos homólogos, para 307.005, o valor mais baixo neste mês nos últimos 30 anos, destacou esta segunda-feira o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Quando comparado com dezembro de 2019, período pré-pandemia, a redução foi de 1,1% (-3.477 pessoas), sendo que em cadeia, entre novembro e dezembro de 2022, eram mais 10.282 (+3,5%) as pessoas desempregadas, refere a tutela com base em números do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
“O ano de 2022 foi, no geral, o melhor ano em termos de desemprego registado, tendo assinalado, desde março de 2022, valores sistematicamente mais baixos do que os valores homólogos de 2019”, aponta o ministério.
Segundo acrescenta, “no desemprego jovem registado, 2022 foi também, no geral, o melhor ano, com valores sistematicamente mais baixos do que os valores homólogos de 2019, exceto nos meses de janeiro e junho”.
De acordo com o IEFP, os 307.005 desempregados registados nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas em dezembro de 2022 representavam 65,6% de um total de 468.064 pedidos de emprego.
Ao longo do último mês de 2022, inscreveram-se nos serviços de emprego de todo o país 44.019 desempregados, um número superior ao observado no mesmo mês de 2021 (+4.545; +11,5%) e inferior em relação a novembro (-10.329; -19,0%).
De acordo com o instituto, “para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2021, na variação absoluta, contribuíram, com destaque, os grupos dos indivíduos que possuem idade igual ou superior a 25 anos (-37.223), os que procuram novo emprego (-37.976) e os inscritos há 12 meses ou mais (-49.351)”.
Quanto ao desemprego jovem (pessoas com menos de 25 anos), e segundo destaca a tutela, “em dezembro de 2022 foi o mais baixo, nesse mês, desde que há registo, uma diminuição em cadeia de -1,6% (-540 jovens) e uma diminuição de -10,3% face a dezembro de 2021 (-3.731 jovens)”.
Assim, em dezembro havia 32.426 jovens em situação de desemprego, 0,5% abaixo do valor de dezembro de 2019 (-154 jovens), representando o desemprego jovem 10,6% do desemprego registado, o que compara com 11,0% registado no mês homólogo de 2021.
A nível regional, no mês de dezembro, o desemprego registado no país, em termos homólogos, diminuiu em todas as regiões, com destaque para a região autónoma da Madeira (-31,0%) e para a região de Lisboa e Vale do Tejo (-14,8%).
Já em relação ao mês anterior, quase todas as regiões (menos a Madeira,-0,3%) apresentaram acréscimos no desemprego, sendo a maior variação na região do Algarve (+22,0%).
A nível setorial, registaram-se descidas homólogas em todas as atividades económicas, tendo-se as variações mais significativas verificado, por ordem decrescente, na ‘indústria do couro e dos produtos do couro’ (-23,1%), ‘fabrico de produtos petrolíferos, químicos, farmacêuticos, borracha e plástico’ (-20,0%) e ‘indústrias do papel, impressão e reprodução’ (-18,9%).
Em dezembro, 121.723 desempregados estavam nesta situação há mais de um ano (desemprego de longa duração), mais 0,3% do que em novembro de 2022 (+321 pessoas), mas abaixo (-2,6%) do nível observado no mesmo mês de 2019 (-3.252 pessoas) e de dezembro de 2021 (-28,8%; -49.351).
Já os inscritos há menos de um ano totalizavam 185.282, tendo-se observado aumentos em cadeia de 5,7% (+ 9.961) e homólogo de 4,7% (+8.397).
Os grupos profissionais mais representativos dos desempregados registados no Continente eram em dezembro os ‘trabalhadores não qualificados’ (27,0%), ‘trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção de segurança e vendedores’ (20,4%), ‘pessoal administrativo’ (11,4%) e ‘especialistas das atividades intelectuais e científicas’ (10,4%).
Quanto às ofertas de emprego por satisfazer, no final de dezembro de 2022 totalizavam 11.431, nos serviços de emprego de todo o país, número que corresponde a uma diminuição anual (-4.510; -28,3%) e face ao mês anterior (-4.503; -28,3%) das ofertas em ficheiro.
Já as ofertas de emprego recebidas em dezembro totalizaram 6.786 em todo o país, um número inferior em 2.284 às recebidas no mês homólogo (-25,2%) e em 1.975 às do mês anterior (-22,5%).
As atividades económicas com maior expressão nas ofertas de emprego recebidas ao longo deste mês (sendo que neste caso o IEFP considera apenas os dados relativos ao Continente) foram as ‘atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio’ (15,7%), o ‘comércio por grosso e a retalho’ (15,4%) e a ‘administração pública, educação, atividades de saúde e apoio social’ (11,5%).
As colocações realizadas durante o mês de dezembro totalizaram 5.506 em todo o país, um número inferior ao verificado em igual período de 2021 (-764; -12,2%) e ao mês anterior (-886; -13,9%).
A análise das colocações efetuadas, por grupos de profissões (dados do Continente), mostra uma maior concentração nos ‘trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores’ (21,2%), nos ‘trabalhadores não qualificados’ (20,7%), e nos ‘especialistas das atividades intelectuais e científicas’ (12,9%).